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ASAE apreendeu 450 litros de gelados por causa da goma de alfarroba contaminada

22 jul, 2021 - 19:58 • Lusa

Os processos foram instaurados por "transformação ou mistura para diluição de géneros alimentícios e de alimentos para animais, de origem vegetal ou animal, contendo níveis de resíduos superiores ao legalmente estabelecidos", explica a ASAE.

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A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) apreendeu 450 litros de gelados na sequência dos alertas relativos à presença de goma de alfarroba contaminada com um pesticida cancerígeno nalguns géneros alimentícios.

Em resposta à agência Lusa, a ASAE informou que depois de ter recebido, através do Sistema de Alerta Rápido para Alimentos e Alimentos para Animais (RASFF), notificações relativas à presença de óxido de etileno (pesticida cancerígeno) na goma de alfarroba (E410) usada na produção de alguns géneros fiscalizou em junho e junho nove operadores económicos, tendo instaurado dois processos de contraordenação.

Os processos foram instaurados por "transformação ou mistura para diluição de géneros alimentícios e de alimentos para animais, de origem vegetal ou animal, contendo níveis de resíduos superiores ao legalmente estabelecidos", explica.

A ASAE acrescenta que, no âmbito das suas ações de fiscalização, continuará a desencadear "ações dirigidas a operadores económicos que possam incorporar este aditivo em diferentes géneros alimentícios", verificando a proveniência do aditivo utilizado para a garantir a segurança dos consumidores. .

"Os operadores económicos encontram-se alertados pelas autoridades competentes para verificação desta situação e para a não utilização do produto contaminado identificado", sublinha. .

Esta quinta-feira de manhã, em declarações à Lusa, a diretora de Serviços de Nutrição e Alimentação da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), Ana Paula Bico, disse que as autoridades portuguesas já tinham identificaram e retirado do mercado nacional gelados e queijos para barrar produzidos com lotes de goma de alfarroba contaminada.

A responsável explicou que os lotes de goma de alfarroba contaminada estavam todos identificados, que os operadores estavam "a colaborar ativamente" e as autoridades competentes a verificar o cumprimento das medidas de retirada e recolha impostas.

"Alguns [dos produtos] nem sequer foram produzidos em Portugal. Estão distribuídos pelo Norte e pelo Sul, os lotes estão todos identificados, já foram retirados. A rastreabilidade está a funcionar" afirmou Ana Paula Bico, sublinhando: "nem toda a goma de alfarroba está contaminada".

Explicou que a goma de alfarroba é um aditivo autorizado em muitos alimentos como estabilizante ou espessante e aconselhou os consumidores a verificarem a lista de ingredientes dos produtos, onde os aditivos estão classificados pela sua função tecnológica (estabilizante ou espessante) e são indicados ou por escrito (goma de alfarroba) ou com o número (E410), e a contactar os locais de compra.

Questionada pela Lusa, a responsável disse ainda que a DGAV estava "a todo o momento a receber informações de toda a Europa" sobre lotes que estão a ser identificados para serem retirados, um processo que deverá ainda levar mais dois ou três dias.

Segundo a DGAV, o óxido de etileno é um pesticida não autorizado que "constitui um risco grave para a saúde humana", uma vez que "está classificado como mutagénico da categoria 1B, cancerígeno da categoria 1B e tóxico para a reprodução da categoria 1B".

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