29 jul, 2021 - 17:44 • Lusa com Redação
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Os equipamentos de diversão, como carrosséis e jogos itinerantes, podem começar a trabalhar a partir de domingo em todos os concelhos do país, anunciou o primeiro-ministro, António Costa.
De acordo com o primeiro-ministro, os equipamentos de diversão podem funcionar a partir do próximo domingo desde que cumpram as regras da Direção-geral da Saúde (DGS) e “em local autorizado pelo município”.
As declarações de António Costa ocorreram numa conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Conselho de Ministros realizada hoje, em Lisboa, para decidir uma nova estratégia de combate à pandemia.
Esta atividade está incluída nas medidas que fazem parte da primeira de três fases de libertação das atividades económicas, que começa em 1 de agosto e que têm em consideração a percentagem de vacinação da população portuguesa.
Entre as medidas que entram domingo em vigor está a possibilidade de realização de casamentos e batizados com uma lotação de 50%; restaurantes, comércio e espetáculos podem ter horários normais; e o teletrabalho deixa de ser obrigatório, apesar de ser recomendado.
De fora das medidas que entram em vigor já em agosto ficam a realização de festas e de romarias.
Os profissionais da diversão, que ainda esta semana realizaram protestos em Lisboa para pedir a reabertura da atividade, englobam carrosséis, jogos e restauração itinerante, juntando cerca de duas mil pessoas, muitas delas famílias que dependem somente desta atividade para viver, segundo a Associação dos Profissionais Itinerantes Certificados (APIC).
A APIC estima que, no ano passado, apenas 5% do setor conseguiu trabalhar.
No âmbito das medidas de combate à pandemia, em 13 de maio, a atividade de diversão itinerante e os parques infantis e aquáticos privados foram autorizados a entrar em funcionamento nos concelhos do continente incluídos no nível mais avançado do plano de desconfinamento.
No entanto, no Conselho de Ministros realizado em 01 de julho, o Governo determinou o encerramento dos parques e equipamentos de diversão nos municípios de risco mais elevado.
Depois de o Governo confirmar a abertura total desta atividade, Luís Paulo Fernandes, presidente da Associação dos Profissionais Itinerantes Certificados (APIC), lamenta que a reabertura apenas no domingo leve o setor a perder "mais um fim de semana na altura de verão, mas de qualquer forma é como diz a expressão popular: mais vale tarde do que nunca".
O empresário destacou que “não existe suspeita de incidência de Covid-19 nos parques” organizados no ano passado e este ano por estes empresários, que seguiram um protocolo aprovado pela Direção-Geral da Saúde e ficaram “muito surpreendidos e desiludidos” quando foram impedidos de exercer nos concelhos com risco elevado e muito elevado de incidência de Covid-19.
“A nossa prestação de serviços, em três meses tinha sempre uma faturação que tinha de dar para 12. Essa atividade normal, nós já não estávamos com essa expectativa. Já esquecemos o ano de 2021”, acrescentou.
Luís Paulo Fernandes salientou que a proibição de festas e de romarias populares este verão vai prejudicar o setor e apelou aos autarcas para que, apesar da proibição, não deixem de promover eventos adaptados às regras da DGS, porque há atividades que precisam de trabalhar, nem que seja “10%, 15% do que era normal há dois anos”.
“Precisávamos de medidas específicas para tentar ultrapassar esta situação complicada para todos. Vamos manter o contacto com a tutela, para ver se, de alguma forma, eles criam aqui algumas medidas de apoio direto, porque assim é muito complicado”, afirmou, pelo seu lado, Francisco Bernardo, da Associação Portuguesa de Empresas de Diversão (APED).
Francisco Bernardo salientou estar contente com a reabertura sem restrições, mas salientou os erros cometidos pelo Governo quando impôs em julho o funcionamento da atividade consoante os concelhos de risco, apesar de ter aberto os parques aquáticos, que têm equipamentos semelhantes.
“Acho que o Governo tem de começar a olhar para nós de outra forma. É importante que se frise que [para funcionar] estávamos dependentes do poder local, mas as câmaras estavam reticentes em autorizar a instalação de equipamentos isolados”, acrescentou, lamentando também que as festas e romarias apenas sejam permitidas em outubro, “uma altura em que deixam de existir”.
[notícia atualizada às 20h13]