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Braga investiga medicamentos inovadores para a oncologia e neurologia

30 jul, 2021 - 12:06 • Olímpia Mairos

Apesar da pandemia, o Centro Clínico Académico-Braga manteve a sua atividade integral reajustando-se à realidade vivida.

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O Centro Clínico Académico-Braga (2CA-Braga), situado no Hospital de Braga, regista um aumento médio, no primeiro semestre, de 2021, de 11% do número de ensaios clínicos.

No mesmo período, foram realizadas em média 150 consultas mensais presenciais, em diferentes áreas terapêuticas: neurologia, oncologia, gastroenterologia, cardiologia, dermatologia, endocrinologia, medicina interna, oftalmologia, pediatria e urologia.

Dos 174 estudos clínicos atualmente em curso, 79 são ensaios clínicos e os restantes 95 são estudos observacionais e estudos clínicos de dispositivos médicos.

O grande foco de investigação centra-se nas áreas da oncologia e das neurociências e é aqui que, segundo a coordenadora de investigação clínica no centro clínico, Mónica Gonçalves, poderão surgir novidades em breve.

“Eu espero que, brevemente, nestas duas áreas haja novas terapêuticas que sejam mais eficazes e que deem mais qualidade de vida às nossas populações, que é esta a missão do centro, proporcionar melhor qualidade de vida e melhores cuidados de saúde”, conta à Renascença, acrescentando que “são boas notícias, porque é nestas áreas onde encontramos uma grande falta de investigação e uma grande falta de acesso a medicamentos inovadores”.

Para a investigadora, as vantagens do desenvolvimento desta atividade em Portugal são enormes, desde logo porque permite aos doentes “terem acesso a um medicamento inovador que de outra forma nunca teriam”.

“Eu vejo isto na prática diária, muitos casos de sucesso de doentes que na prática clínica já não tinham nenhum medicamento que os pudesse tratar e, neste momento, tiveram acesso a um medicamento inovador e estão a ter muitos bons resultados e isto é a grande mais-valia”, atesta.

Um dos maiores obstáculos apontados prende-se com o processo de autorização para a realização destes ensaios e, sobretudo, com o prazo para o recrutamento de doentes que a indústria procura.

“As duas grandes dificuldades do país na área da investigação tem a ver com a disponibilidade das equipas de investigação e, depois, há outra componente que tem a ver com a burocracia nacional, a lentidão nas autorizações e isto, muitas vezes, faz com que as grandes indústrias acabem por desistir de colocar aqueles ensaios clínicos em Portugal, exatamente pela demora nas aprovações e, depois, quando vão para os hospitais, não terem uma equipa dedicada que rapidamente inclua doentes nos ensaios clínicos”, explica Mónica Gonçalves.

Desde 2013, o 2CA já atribui 35 bolsas de investigação no valor de 295 mil euros, estando em curso 10 bolsas.

De destacar, que o 2CA obteve resultados diferenciadores no estudo “Barómetro da Investigação em Saúde”, desenvolvido pela AICIB (Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica) e a APAH (Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares), em que fica demonstrada a grande atividade deste Centro na investigação clínica em saúde a nível nacional, nomeadamente pelo elevado número de estudos de iniciativa do investigador, estudos clínicos promovidos pela indústria farmacêutica e academia e número de participantes nos ensaios clínicos.

O 2CA conta atualmente com uma equipa dedicada de 17 profissionais, composta por enfermeiros, coordenadores de estudos, farmacêuticos, técnicos de imagiologia, psicólogos e gestores de projetos, em que todos os ensaios clínicos têm sempre o acompanhamento de um médico especialista do Hospital de Braga.

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