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Explicador Covid-19

Vacinação de crianças. Os pais pedem, o médico decide

02 ago, 2021 - 08:56 • Eunice Lourenço

O Presidente da República defende a vacinação que a DGS não recomenda, mas permite com indicação médica.

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Marcelo Rebelo de Sousa diz que quem manda são os pais. A Direção-Geral de Saúde exige indicação médica. O Presidente conclui que estão em sintonia. Foi assim o vai-e-vem sobre vacinação de crianças saudáveis entre os 12 e os 15 anos, com declarações do chefe de Estado no Brasil e esclarecimentos da DGS em Portugal.

Afinal, qual é a decisão sobre a vacinação de crianças entre os 12 e os 15 anos?

Por enquanto, não é recomendada a vacinação universal nessa faixa etária. Foi o que disse a diretora-geral da Saúde numa conferência de imprensa na sexta-feira, em que divulgou o parecer depois de ouvir a comissão técnica de vacinação.

Graça Freitas salientou, contudo, que é recomendada a vacinação prioritária contra a Covid-19 dos adolescentes com 12-15 anos com comorbilidades associadas a maior risco de doença grave.

As dúvidas, portanto, são só sobre a vacinação de crianças saudáveis. O que diz a DGS?

A DGS disse, logo na sexta-feira, que as crianças podem ser vacinadas se os pais quiserem e tiverem um parecer médico nesse sentido.

O que disse Marcelo Rebelo de Sousa?

Salientou que as autoridades de saúde não proibiram a vacinação dessas crianças e que esse é um espaço aberto à livre escolha dos pais. E defendeu mesmo essa vacinação ao dizer que “as crianças vacinadas beneficiam de uma prevenção que lhes é positiva” e que “pode fazer a diferença", nomeadamente para a frequência de escolas. “E isso é importante na vida das famílias", assinalou o Presidente.

E o que esclareceu a DGS?

A DGS reafirmou a necessidade de uma indicação médica. “Deve ser dada a possibilidade de acesso à vacinação a qualquer adolescente com 12-15 anos, por indicação médica, de acordo com a calendarização da campanha de vacinação, isto é, respeitando as faixas etárias em vacinação em cada momento”, esclarece a Direção-Geral da Saúde, numa resposta enviada à Renascença.

“Tratando-se de menores, a vacinação é discutida com os pais ou representantes/tutores legais”, acrescenta a resposta enviada à Renascença, em que são recordadas as principais linhas da comunicação de Graça Freitas.

Ou seja, pais de crianças com mais de 12 anos podem ir ao médico, dizer que querem que o filho seja vacinado e se o médico concordar a criança é vacinada?

Isso mesmo. Embora ainda existam dúvidas por esclarecer sobre alguns pontos, nomeadamente se existem critérios ou não para essa indicação, ou seja, continuamos sem saber os termos da “indicação médica” e quais os médicos habilitados para a dar.

Mas, na Madeira já foram dadas vacinas a crianças nesta faixa etária. Porquê?

No fim-de-semana, foram vacinadas 1.200 crianças entre os 12 e os 15 anos na Madeira por decisão do Governo Regional que, como temos vindo a comprovar ao longo desta pandemia, tem autonomia na área da saúde.

E como está a ser noutros países?

Há muitas diferenças. Israel, que é um dos países do mundo mais avançados na vacinação, já vacinou esta faixa etária e já avançou para a vacinação de crianças a partir dos 5 anos com problemas de saúde.

Os Estados Unidos já estão a vacinar também acima dos 12 anos e, na Europa, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) já aprovou a administração das vacinas da Moderna e da Pfizer para crianças e adolescentes entre os 12 e os 17 anos, mas a prática dos países ainda é desigual.

Na Alemanha, é recomendada a vacinação entre os 12 e os 17 e um em cada cinco alemães dessa idade já recebeu a vacina. Itália, França e Áustria, bem como várias comunidades autónomas espanholas também recomendam a vacinação a partir dos 12 anos.

Chipre inicia, nesta segunda-feira, a vacinação de crianças entre os 12 e os 15 anos.

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  • José J Cruz Pinto
    02 ago, 2021 ILHAVO 13:15
    Aah (!) , e - claro - na eventualidade, mais que improvável, de não haver acordo ou subsistirem "dúvidas de interpretação" sobre o que tiver sido decidido por aquelas entidades, adivinhem lá quem viria esclarecer e ditar a última palavra! [Confuso?]
  • José J C Cruz Pinto
    02 ago, 2021 ILHAVO 12:52
    O que faz a arbitrariedade e teimosia (de muitos, mesmo insuspeitos e, claro, da dita RAM - também conhecida por, autónoma e legitimamente, ... baptizar aeroportos e proteger muitas fugas a impostos)! Ora descubram lá as diferenças entre o que diz o Presidente da República e o que diz a DGS: "Só com receita médica - ele é que decide!" [O médico, ler-se- á em bom Português. ... Ninguém na DGS é médico, nem sabe de epidemiologia, não é assim?] E, claro, se algo vier a correr mal com a vacinação de jovens dos 12 aos 15 anos (oxalá que não!) , ... a culpa será do "Continente" (o país continental, não o hiperpermercado, não obstante as semelhanças publicitárias e outras) que é "confuso na mensagem" - de quem mais? Para acabarmos com a confusão, e promovermos o conhecimento, a competência e a legitimidade, ... que tal então substituirmos a DGS por um organismo multi e interdisciplinar, constituído pela FPF, Liga de Clubes, e organizações representativas dos bares e discotecas, restaurantes, hotéis, etc., e - claro - da RAM. Não seria muito melhor?
  • Ivo Pestana
    02 ago, 2021 Funchal 10:48
    Isto de ser um médico a pedir vacina é uma treta burocrática. É como eu, que levo a vacina contra a gripe sazonal, há treze anos, por um problema crónico. Tenho histórico na farmácia, no centro de saúde e preciso ir todos os anos ao médico pedir a santa requisição. Haja paciência. A RAM, faz bem e segue a OMS. A DGS é muito indecisa e confusa.

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