21 ago, 2021 - 07:00 • João Malheiro
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Com a chegada da segunda fase de desconfinamento da pandemia de Covid-19 a chegar já na próxima segunda-feira, o fim do uso obrigatório de máscara na rua volta a ser um tema em cima da mesa.
A ministra da Saúde indicou que essa decisão cabe ao Parlamento, que só regressa aos trabalhos dia 7 de setembro.
A ministra de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros reitera esta posição e adiantou que, independentemente do que a Assembleia da República decida, o Governo continuará a recomendar o uso de máscara ao ar livre.
Deve, afinal, chegar ao fim o uso obrigatório de máscara na rua? Os especialistas dividem-se.
O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, não considera que a norma deve chegar ao fim.
"No contexto atual, justifica-se manter a utilização da máscara nos contextos em que haja maior proximidade entre as pessoas. Com uma incidência relativamente elevada, talvez não seja a decisão mais importante a tomar", afirma, à Renascença.
Governo
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Ricardo Mexia acrescenta ainda que, apesar de ao ar livre haver menos risco, continua a ser "útil" manter-se a utilização da máscara, quando se verificar uma grande concentração de pessoas.
De opinião contrária, o professor e especialista em Saúde Pública da Universidade de Educação de Freiburg (Alemanha) e presidente da Secção de Promoção da Saúde da EUPHA (European Association of Public Health), Luís Saboga Nunes, acredita que se deve acabar com o uso obrigatório de máscara ao ar livre.
"Tem sido uma medida muito contestada e chegamos a uma altura em que o benefício do uso de máscara não justifica todo o prejuízo em termos de sociabilidade, de conforto e até de saúde", aponta Luís Saboga Nunes, à Renascença.
O presidente da secção de promoção da Saúde da EUPHA admite, no entanto, que o momento que o país vive "é um tubo de ensaio" para o próximo inverno, por ainda haver muitas incertezas em relação ao vírus.
"Mesmo assim, os números apontam para um desagravamento da pandemia. Isso não há qualquer dúvida. Por isso, penso que o fim do uso obrigatório de máscara é uma medida recomendada e desejada", reforça Luís Saboga Nunes.