25 ago, 2021 - 11:36 • Rosário Silva
A Universidade de Évora (UÉ) anunciou nesta quarta-feira que vai disponibilizar “dez posições para trabalhadoras afegãs” e permitir o acesso, “em fase de ingresso excecional, desde que acordado com a tutela”, a estudantes afegãos que pretendam prosseguir os estudos de ensino superior em Portugal.
Em comunicado enviado à Renascença, a instituição justifica a decisão com a atual crise humanitária no Afeganistão. “É impossível ficarmos indiferentes ao sofrimento do povo afegão e, muito concretamente, das mulheres afegãs”, refere a reitora da UÉ, citada na nota.
Para Ana Costa Freitas, “a proteção dos Direitos Humanos, como o direito à educação, têm de ser salvaguardados e, enquanto dirigente de uma instituição de ensino superior, cuja missão é produzir e transmitir conhecimento, não posso deixar de sentir que temos, de alguma forma, e na medida das nossas possibilidades, contribuir ativamente.”
A iniciativa já foi transmitida ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e está, de momento, a ser articulada com o Ministério dos Negócios Estrangeiros. A instituição espera que sejam conhecidas dentro de pouco tempo “as questões práticas relacionadas com o enquadramento político, institucional e legal da iniciativa.”
É o que se chama uma corrida contra o tempo. Uma c(...)
A reitora sublinha, ainda, que esta decisão está “alinhada com os valores da instituição”, citando, nomeadamente “o respeito pela dignidade humana e a ausência de discriminação social, étnica ou confessional”.
A iniciativa conta, igualmente, com o apoio de outras instituições, entre as quais a Direção Regional de Cultura do Alentejo, "no sentido de se conseguir alojamento para uma fase de acolhimento''.
Recorde-se que já em 2015, no contexto da crise na Síria, a UÉ recebeu um grupo de estudantes oriundos daquele país. Na altura, foram apoiados, na totalidade, através da Plataforma Global de Assistência a Estudantes Sírios, criada por Jorge Sampaio em 2013, cerca de três dezenas de estudantes universitários sírios que prosseguiram os seus estudos em instituições de ensino superior portuguesas.
Os sírios Ramez, Rodwan, Nour e Israa estudam em É(...)