25 ago, 2021 - 19:33 • Ana Carrilho , com redação
O Governo deverá aprovar esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, pelo menos mais duas mil vagas para o ensino superior. É a resposta ao aumento de candidaturas registadas na 1.ª fase do concurso, quase 64 mil no total, o número mais elevado desde 1996.
O aumento do número de vagas já foi admitido pelo ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, e recomendado pela Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES).
Em declarações à Renascença, o presidente da CNAES, António Fontainhas Fernandes, justifica a recomendação de vagas com o crescimento da procura por parte dos estudantes, que também já se tinha verificado o ano passado. Para este responsável, o ideal seriam mais 2.500 vagas para as universidades e politécnicos.
“No ano passado foram reafectadas 4.700 vagas, mas apenas duas mil e tal vagas foram ocupadas. Como tal, este ano seria importante que 2.500 vagas fossem disponibilizadas adicionalmente pelas instituições resultante da não ocupação de outros concursos, sejam concursos especiais e especialmente os internacionais.”
Se o Conselho de Ministros aprovar o aumento de vagas, já na quinta-feira, todo o processo poderá decorrer de forma a que os resultados finais do concurso possam ser divulgados no dia 27 de setembro, como previsto, garante António Fontainhas Fernandes.
“Sendo aprovado em Conselho de Ministros, na quinta-feira, no início da segunda semana de setembro os jovens têm três dias para se candidatar ao ensino superior ou refazer a sua candidatura e, no dia 27 de setembro, serão conhecidos os resultados”.
O ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, e a Direção-Geral do Ensino Superior têm estado em contacto com os estabelecimentos de ensino para ver as vagas que podem ser disponibilizadas.
Por seu turno, a Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior deixou duas recomendações: por um lado, que se aposte em cursos de maior procura; por outro, que se dê relevo ao Interior, uma vez que o ensino superior pode captar mais jovens para essas regiões, refere Fontainhas Fernandes nestas declarações à Renascença.
“Esta reafectação deve ser efetuada em concursos que tenham tido uma procura consistente por parte dos candidatos, seguramente com mais capacidade de penetração no mercado de trabalho, mas também que se pudesse manter a dinâmica de coesão territorial, ou seja, que estas vagas possam ser reafectadas em instituições do ensino superior do Interior, uma vez que nestas regiões são consideradas ancoras de esperança para a atração de jovens e, para isso, é importante que seja dada continuidade a um conjunto de bolsas, nomeadamente o + Superior, para atrair estudantes do Litoral para o Interior”
O aumento de candidatos ao ensino superior - universidades e politécnicos - revela um interesse crescente dos estudantes e das famílias. Perceberam que é a melhor via para entrar no mercado de trabalho, frisa o professor universitário.
O presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior vê esta atitude como um bom contributo para a aproximação de Portugal à União Europeia. E o ensino politécnico ganhou grande relevância.
Um interesse crescente a que o Governo vai responder com o aumento de vagas. Quase 64 mil estudantes candidataram-se ao ensino superior na 1.ª fase do concurso. Mas o número inicial de vagas eram apenas 52.200. Agora deverão crescer em, pelo menos, mais duas mil.