26 ago, 2021 - 16:45 • Cristina Nascimento , André Peralta (sonorização)
Criado há 17 anos, o Instituto Padre António Vieira (IPAV) trabalha, em Portugal e noutros 58 países, na área da promoção e restauração da dignidade humana, sendo, acima de tudo, uma ferramenta de conhecimento. Organizam o que chamam de academias junto de jovens, de pessoas mais desfavorecidas ou de líderes.
Antes da pandemia o trabalho era feito essencialmente em presença, por isso, os tempos que se adivinhavam começaram por ser encarados com receio, mas determinados em manter unida a equipa de 20 pessoas, explica Rui Marques, presidente do IPAV.
“Se fosse necessário estaríamos disponíveis para reduzir os nossos salários, para abdicar do subsídio de férias e de Natal ou o que o fosse necessário para manter a equipa toda junta”, assegura.
A receita foi bem sucedida. “Isso, evidentemente, gerou uma determinação, uma confiança, uma noção de que estávamos a funcionar de uma forma coesa e solidária”.
Fecham as portas dos escritórios, vão todos para casa, sem recorrer a lay-off e seguiram os projetos, numa descoberta das novas ferramentas digitais.
“Nunca nos tinha passado pela cabeça que era possível fazer uma academia Ubuntu com participantes de 40 países de África e do Médio Oriente, como fizemos já em 2021. Tivemos de aprender novas tecnologias, novos processos e isso foi uma oportunidade de crescimento fantástica”, revela o presidente do IPAV.
Rui Marques reconhece ainda que o mérito não foi só da equipa, mas também dos parceiros com quem trabalham.
“Quando propusemos a muitas instituições, autarquias, comissões intermunicipais e outras organizações para que transferíssemos os ciclos de capacitação do presencial para o digital, todas aceitaram esse desafio”, explica Rui Marques.
Contas feitas à atividade do IPAV, o instituto cresceu e até teve de contratar mais 10 pessoas, “um crescimento significativo”. O sucesso, explica o presidente do instituto, “decorre do facto de terem surgido mais projetos e estamos cada vez com mais solicitações, quer no trabalho com muitos agrupamentos de escolas, com as academias Ubuntu, quer com as academias de liderança colaborativa com muitas autarquias e comissões de coordenação e desenvolvimento regional”.
Assim, a pandemia que começou por ser encarada com receio, acabou por vir a dar uma lição para o futuro.
“A chave do sucesso do IPAV na transição desta crise foi ter muito claro qual era o seu porquê e o seu para quê. Essa fidelidade ao nosso sentido e propósito enquanto organização fez-nos ultrapassar os vários desafios que fomos enfrentando”, resume Rui Marques.
Respostas Sociais à Pandemia é uma rubrica da Renascença com apoio da Câmara Municipal de Gaia que surge no seguimento da Conferência "Pandemia: Respostas à Crise" onde se debateu em maio de 2021 o papel das Instituições Sociais e do Poder Local.