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Covid-19

Fim da máscara ao ar livre? Bastonário diz ser "o momento certo". Médicos de Saúde Pública consideram prematuro

06 set, 2021 - 21:56 • João Malheiro

Presidente da ANMSP aponta à Renascença que a máscara ao ar livre é uma "mais-valia" no inverno. Miguel Guimarães acredita que o importante é continuar a cumprir as outras regras de prevenção e proteção.

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A Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP) defende a continuidade do uso de máscara ao ar livre, mas também há especialistas que consideram que esta é a altura indicada para acabar com a medida.

Depois de tanto PS como PSD terem antecipado que vão votar no sentido de terminar com o fim do uso obrigatório de máscara ao ar livre, Gustavo Tato Borges, presidente da ANMSP, reiterou o que a associação já tinha dito no mês anterior: o recomendável é manter-se o uso de proteção contra a Covid-19 na rua.

"A utilização de uma máscara é uma medida de proteção individual bastante eficaz e que corta a transmissão de doenças respiratórias. Portanto, é uma mais-valia que cada continue a usá-la, mesmo que esteja no exterior, porque acaba por se proteger a si e aos outros", explicou, à Renascença.

O presidente da ANMSP realçou que com a "chegada do inverno", a máscara é um método que pode minimizar o risco de contágio.

Gustavo Tato Borges referiu que esta posição "não é política" e que a Assembleia da República "é quem tem o direito de decisão", mas, em termos de risco, a Associação continuia a achar vantajoso o uso da máscara.

"Temos de avaliar o que o fim do uso de máscara poderá trazer em termos de riscos e benefícios. Estamos com uma taxa de incidência ainda superior ao que é desejável", apontou ainda.

"É o momento certo"

De opinião contrária, o Bastonário da Ordem dos Médicos considera que o fim do uso obrigatório de máscara ao ar livre "é importante".

"Acho que é o momento certo para deixarmos de utilizar a máscara na rua, sobretudo se as pessoas continuarem a cumprir as outras regras de prevenção e proteção", afirmou, ouvido pela Renascença.

Miguel Guimarães disse ainda que "já se começa a verificar que muitas pessoas já andam tranquilamente sem máscara".

À Renascença, o infecciologista Jaime Nina contou ser da mesma opinião.

"A máscara ao ar livre sempre foi muito controversa, porque a evidência da sua eficácia é mínima. Muitos países não aderiram e não se notou diferenças nos números de casos registados", explicou.

O especialista considerou que a medida foi importante do ponto de vista "pedagógico", pois ajudou as pessoas a "habituarem-se a usar máscara", porém agora o cenário mudou.

"À partida, o fim do uso ao ar livre não me parece errado"; reiterou Jaime Nina.

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