10 set, 2021 - 20:47 • Lusa
A Universidade Católica adiou para terça-feira a inauguração da Faculdade de Medicina, devido à morte do antigo Presidente da República Jorge Sampaio, anunciou esta sexta-feira a instituição de ensino superior.
Segundo disse à Lusa fonte da universidade, a cerimónia de inauguração da faculdade, com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, António Costa, estava agendada para a tarde de segunda-feira, mas foi adiada para a manhã do dia seguinte.
O Conselho de Ministros aprovou, por via eletrónica, o decreto que declara luto nacional entre sábado e segunda-feira pela morte de Jorge Sampaio e a realização de cerimónias fúnebres de Estado.
Este investimento, de cerca de 25 milhões de euros em Sintra, “assinala um marco histórico para a Universidade Católica e para a formação médica no país, com a criação da primeira Faculdade de Medicina privada em Portugal”, adiantou a Universidade Católica.
Segundo a instituição, para o ano letivo que agora tem início foram admitidos 50 alunos, avaliados “não só pelo seu mérito académico, mas também pelas suas características e aptidões pessoais”.
Com apenas estas 50 vagas para o primeiro ano letivo, os mais de 600 alunos que manifestaram interesse em candidatar-se tiveram de passar por um processo de seleção que incluiu um teste de competências e oito mini-entrevistas e nessa fase o número de candidatos já tinha sido reduzido a cerca de 200. No final, as notas de candidatura variaram entre 19,3 e 17,4 valores.
“Nós queremos ter pessoas que querem ser médicos, mas em todas as suas competências, desde a académica, à científica, à comunicativa, à empatia com os doentes e à integridade. Todas as características que o médico precisa ter, é o que nós queremos recrutar”, justificou o diretor António Medina de Almeida em entrevista à Lusa.
O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu hoje aos 81 anos, no hospital de Santa Cruz, em Lisboa.
Antes do 25 de Abril de 1974, foi um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 1960, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, tendo, como advogado, defendido presos políticos durante a ditadura.
Jorge Sampaio foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).
Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e, entre 2007 e 2013, foi alto-representante da ONU para a Aliança das Civilizações.
Atualmente, presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens sem acesso à educação.