14 set, 2021 - 06:19 • Lusa
A primeira faculdade privada de Medicina é inaugurada esta terça-feira pela Universidade Católica Portuguesa (UCP) numa cerimónia em que participam, entre outras figuras, o Presidente da República e o primeiro-ministro.
A inauguração da nova Faculdade, no "campus" de Sintra da UCP, estava agendada para segunda-feira, mas foi adiada devido à morte do antigo Presidente da República Jorge Sampaio.
A Universidade Católica passa a ser a primeira instituição de ensino superior privada em Portugal a ministrar um curso de Medicina, que foi aprovado pela Agência de Avaliação e Acreditação Do Ensino Superior (A3ES) no ano passado, quase dois anos depois do pedido inicial em outubro de 2018.
Com apenas 50 vagas para o primeiro ano letivo e mais de 600 alunos que manifestaram interesse em candidatar-se, o processo de seleção incluiu, além das notas do secundário e exames, um teste de competências e oito mini-entrevistas para avaliar a vocação dos jovens.
"Nós queremos ter pessoas que querem ser médicos, mas em todas as suas competências, desde a académica, à científica, à comunicativa, à empatia com os doentes e à integridade. Todas as características que o médico precisa ter, é o que nós queremos recrutar", justificou o diretor António Medina de Almeida em entrevista à Lusa.
No final, as notas de candidatura dos primeiros 50 alunos do mestrado integrado variaram entre 19,3 e 17,4 valores, uma média que não se distancia muito dos 18,3 valores Universidade da Beira Interior em 2020 e a média de ingresso mais baixa na primeira fase de candidaturas desse ano.
Em entrevista à Renascença, a reitora da Universid(...)
Para se formarem na Católica, os futuros médicos terão de pagar 1.625 euros mensais ao longo dos seis anos do curso. No total, são 97.500 euros a que acrescem ainda outras taxas e emolumentos.
Na mesma entrevista, António Medina de Almeida reconheceu que se trata de um curso caro, mas ressalvou que as contas já foram feitas e o custo de formar um médico ao longo de seis anos ultrapassa os 100 mil euros.
Ainda assim, justificou o valor com os custos associados a recursos humanos, a custos específicos dos cursos de Medicina e associados a outros equipamentos para os diferentes laboratórios da faculdade, ou a sala de anatomia preparada para receber corpos que serão depois estudados pelos alunos, e com os recursos humanos.
O diretor da Faculdade destacou também que o novo curso se distingue da oferta existente nas instituições públicas de ensino superior, referindo como exemplo que os alunos começam desde o primeiro ano a aprender técnicas profissionais e que a Católica vai apostar igualmente noutro tipo de competências não académicas, designadamente a comunicação, através de consultas simuladas também desde o início do curso.
A Católica recebe agora os seus primeiros 50 estudantes de Medicina, estando previsto que a partir do ano letivo seguinte o número de lugares disponíveis passe para 100.
Na inauguração estarão também presentes o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, o vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo Luz Saúde, Isabel Vaz, e o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta.