28 set, 2021 - 14:16 • Liliana Monteiro
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O sucesso da “task force” de coordenação do plano de vacinação contra a Covid-19, liderada pelo vice-almirante Gouveia e Melo, deve ser objeto de estudo e até exportado para outros países, defende o antigo ministro da Saúde Correia de Campos, em declarações à Renascença.
Oito meses de trabalho da “task force” e quase 85% da população com vacinação completa para a Covid-19 voltaram a mostrar o quão importante é a criação de comandos de controlo, sublinha Correia de Campos.
O mestre em Saúde Pública olha para o resultado do trabalho do coordenador Gouveia e Melo, que hoje deu a por terminada a sua missão, de forma muito positiva, não só nacional, mas também internacional, e afirma que este trabalho não se deve agora perder.
Em declarações à Renascença, o antigo ministro da Saúde destaca a importância do planeamento estratégico e de comando.
“Foi recuperar as funções de comando e controlo. O Ministério da Saúde tem uma estrutura centenária de comando e controlo que é a DGS [Direção-Geral da Saúde]. O momento de crise, com tantos comentadores e pressão mediática, enfraqueceu os hábitos de controlo da DGS, mas também está desprovida de meios há muitos anos, poucos médicos de saúde pública e lugares preenchidos pouco mais que simbolicamente”, afirma.
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A pandemia veio provar e confirmar que os autarcas têm grande capacidade de ação e mobilização, sublinha Correia de Campos.
“Significa que os autarcas têm sede de fazer bem, têm espaço de ação, não estão tão assoberbados de tarefas que não sejam capazes de acolher tarefas novas e esse é um excelente sinal para o que aí vem de descentralização, delegação de competências.”
Todo o trabalho feito, a comunicação e as estratégias devem ser reunidos e registados para futuros manuais de procedimento, segundo Correia de Campos.
“Devia ser feito um estudo deste caso. O Ministério devia nomear duas ou três pessoas que, de forma independente e silenciosa, fizessem a avaliação deste processo, registassem em livro e formulasse a partir dele recomendações. Para não surgir isso, depois, de improviso e cada um pensando pela sua cabeça. O Ministério da Saúde devia constituir um pequeno grupo silencioso para este trabalho.”
O modelo de trabalho adotado em Portugal deverá servir de grande ajuda a vários países africanos onde a vacinação ainda não é uma realidade, defende o antigo ministro.
“Um caso tão bom e positivo que eu já recomendei que o ensinamento que nós possamos tirar possa ser transferido para países de expressão portuguesa. Comecemos pelos mais pequenos. Com o que a task force testou e aprendeu, poderíamos dar ajudar que não era muito cara para organização dos seus sistemas de vacinação”, sublinha Correia de Campos.