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Poluição marítima

Águas do Algarve "temperadas" com Prozac e Brufen, revelam investigadores

29 set, 2021 - 08:43 • Redação

Análise das águas algarvias, conduzida pelo Centro de Investigação das Ciências do Mar (CIMA), revela vestígios de medicamentos, consumidos pelos peixes da região.

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A poluição marinha enfrenta, agora, um novo elemento que pode superar o impacto dos microplásticos, na degradação do meio aquático. Em causa estão as toneladas de fármacos lançados ao mar, “através das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR)”.

O alerta é deixado por Maria João Bebiano, diretora do Centro de Investigação das Ciências do Mar (CIMA) da Universidade do Algarve, em entrevista ao jornal Público.

Segundo a investigadora, os compostos químicos de alguns medicamentos “são mais graves do que os plásticos” e a acumulação destes resíduos nas águas “pode dar origem a uma mistura de tal modo explosiva, que não conhecemos ainda o seu efeito”.

A partir de análises às águas do mar, os investigadores do CIMA conseguiram traçar um “perfil” do consumo de medicamentos da população algarvia. “Se pegar numa água de Portimão, encontro Prozac [ministrado para a depressão e ansiedade]”, refere Maria João Bebiano. “No Guadiana, prevalece o Brufen [remédio para as dores]”, acrescenta.

A cientista, única especialista portuguesa no grupo dos 25 peritos da ONU que estão a elaborar uma avaliação global do estado dos oceanos, revela, também, que “os resultados das análises aos microplásticos são assustadores”.

A região de Sagres, diz, é a que se encontra em situação mais crítica, no Algarve. “As amostras revelam uma situação explosiva, no futuro”, garante.

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