01 out, 2021 - 22:51 • João Malheiro
O presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública diz que o fim da imposição de isolamento profilático a quem viajar para Portugal é "precipitado".
O Ministério da Administração Interna avançou esta sexta-feira quequem viajar para Portugal deixa de estar obrigado a uma quarentena de 14 dias.
Entrar em Portugal por via aérea implica a apresentação do certificado ou teste negativo à Covid-19.
À Renascença, Gustavo Tato Borges defende a manutenção da medida, que diz tratar-se de uma "mais-valia de saúde pública".
"Mesmo tendo quase 85% da população vacinada, temos uma parte que é frágil e ainda temos crianças não vacinadas em risco de desenvolver a doença", explica.
O especialista diz que, no equilíbrio entre Saúde, Economia e Turismo, "a balança pesou mais para a Economia e o Turismo" e não para a Saúde.
Gustavo Tato Borges relembra que o teste negativo é apenas "uma fotografia do momento em que é recolhida a amostra".
"Depois de alguns dias, posso dar positivo, se nos 14 dias anteriores tive algum tipo de contacto de risco", recorda.
"Ter um teste negativo é excelente, mas aguardar alguns dias e, no final desse prazo, voltar a fazer um teste, seria sempre mais vantajoso", aponta ainda, à Renascença.
Questionado sobre uma possível retoma destas medidas, devido à circulação de uma nova variante, agora no período do inverno, o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública diz que Portugal "tem de estar pronto para voltar atrás".
"Devemos retomar qualquer medida que faça sentido para a proteção da população, mesmo que isso implique fechar um setor da Economia ou, até, de outro confinamento. Portugal não pode dizer que nunca mais voltará atrás nas medidas agora em vigor", defende.