08 out, 2021 - 12:40
Paulo Guichard, ex-administrador do Banco Privado Português (BPP), que foi condenado em vários processos ligados ao banco, foi detido esta sexta-feira.
Considerado o braço direito de João Rendeiro, Guichard foi detido pela Polícia Judiciária à chegada ao Aeroporto do Porto, proveniente do Brasil, e posteriormente levado para a cadeia de Custóias.
Em comunicado, a Polícia Judiciária confirmou a detenção, referindo que o detido "foi condenado a uma pena única de quatro anos e oito meses de prisão efetiva pela prática de seis crimes de falsidade informática e um crime de falsificação de boletins, atas ou documentos".
Paulo Guichard é um dos ex-administradores do BPP condenados pela gestão criminosa da instituição financeira, e tinha-se demarcado de João Rendeiro, que fugiu à Justiça portuguesa.
Esperava-se que comparecesse esta sexta-feira, até às 14h00, no Juízo Criminal de Lisboa para uma audiência.
Tem estado a residir no Brasil, mas garantiu que viria para Portugal, porque não tenciona fugir à justiça.
Segundo o requerimento de Nuno Brandão, advogado de Paulo Guichard, dirigido à juíza do Juízo Central Criminal de Lisboa, “logo que tiver chegado a Portugal, o arguido informará o tribunal dessa sua chegada. O arguido propõe-se apresentar e entregar o seu passaporte a este tribunal no dia seguinte ao da sua chegada a Portugal, e sempre antes das 14h00 do dia 8 de outubro de 2021".
Com a entrega do passaporte ao tribunal, Guichard fica sujeito à proibição de se ausentar do país.
Ainda segundo o mesmo requerimento, "perante o enorme abalo social provocado pela fuga do arguido João Rendeiro (ex-presidente do BPP) e as suspeições públicas que de imediato se fizeram sentir sobre o risco de ser o próximo arguido deste processo a subtrair-se à ação da Justiça, é intenção do arguido Paulo Guichard passar novamente a residir em Portugal".
O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, verificou-se em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.
O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, assim outro um processo relacionado com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancárias.