20 out, 2021 - 19:03 • Redação
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta quarta-feira que o Governo vai aumentar o mínimo de existência, o valor de rendimentos até ao qual o contribuinte fica isento de IRS.
António Costa diz estar mais próximo dos parceiros da esquerda nas negociações do Orçamento do Estado para 2022. Depois de nova ronda negocial, revelou que o executivo vai subir o mínimo de existência, como reivindica a esquerda parlamentar.
“Vamos baixar os impostos com o desdobramento dos escalões de IRS, vamos aumentar o mínimo de existência, vamos triplicar as bolsas de estudo para os estudos de mestrado, vamos melhorar o IRS Jovem, vamos ter um novo aumento extraordinário de pensões. Portanto, nós vamos continuar a avançar. Agora, nós temos que avançar, mais uma vez, como temos feito nos últimos anos, sem dar um passo maior do que a perna”, declarou António Costa, aos jornalistas, no final de uma debate na Assembleia da República.
O chefe do Governo não adiantou a dimensão da atualização do valor de rendimentos até ao qual o contribuinte fica isento de IRS.
Atualmente, o mínimo de existência está fixado em 9.315 euros de rendimentos anuais, no IRS a liquidar em 2021.
António Costa volta a defender um Orçamento de “contas certas” para que seja possível reduzir o défice e a dívida, que aumentaram muito na sequência da pandemia de Covid-19.
“Somos um dos países com a dívida mais elevada. Aumentou significativamente em ano de pandemia. Já passámos por um excedente orçamental, o primeiro na nossa democracia, para o maior défice de sempre no ano da pandemia, portanto, temos de ir retomando a normalidade, porque tudo vai regressando ao normal”, afirmou.
António Costa falava aos jornalistas no final de um debate na Assembleia da República destinado a preparar o Conselho Europeu de quinta-feira.
O debate ficou marcado pela escalada do preço dos combustíveis, com o primeiro-ministro a prometer "medidas transitórias" para atenuar o impacto no setor dos transportes.
A situação crítica de aumento de combustíveis não deve terminar antes de março, disse António Costa.