20 out, 2021 - 10:45 • Teresa Almeida , Cristina Nascimento
O recente caso da morte de um jovem agredido à porta de um bar, no Porto, está parace estar a gerar a noção de que a noite está mais violenta e insegura. No entanto, especialistas ouvidos pela Renascença contrariam essa ideia.
O diretor da Escola de Criminologia da Universidade do Porto considera que nada justifica por agora um maior sentimento de insegurança no Porto e no país.
“Sempre foi assim”, diz Pedro Sousa, acrescentando que casos como o referido já “antes aconteciam” e deixavam as pessoal alarmadas. No entanto, a conclusão é que são “coisas que não acontecem todos os dias”.
Contudo, reconhece que possa existir alguma perceção dessa insegurança, atribuindo-a ao retomar da normalidade.
A diretora da licenciatura de criminologia da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, Carla Cardoso, tem opinião semelhante.
“A insegurança deve-se não apenas ao crime, mas também à influência dos media, algum alarmismo social que se cria em torno desses problemas”, explica.
Carla Cardoso lembra ainda que um pouco de insegurança não é necessariamente mau, pelo contrário.
“Quem não tiver algum grau de insegurança não se protege, põe as coisas em cima da mesa, vai dar uma volta e, portanto, há um nível de segurança que é adaptativo porque a pessoa se vai protegendo, vai estando vigilante”, diz.