22 out, 2021 - 06:40
A Caminhada pela Vida, que se realiza no sábado em dez cidades em simultâneo, pretende reunir todos os que acreditam na dignidade e beleza da vida, diz o organizador, José Maria Duque.
Depois de um ano sem se realizar, por causa da Covid, a Caminhada espera reunir milhares de pessoas em Lisboa, Porto, Braga, Aveiro e Viseu, onde já se realizou no passado, e na Guarda, Funchal, Santarém, Évora e Coimbra, onde terá lugar pela primeira vez. O local de partida de cada caminhada pode ser consultado aqui.
“O nosso apelo é para todos aqueles que no seu dia-a-dia são testemunhas da beleza e da dignidade da vida, que é urgente dar a conhecer ao país essa beleza, é urgente dar a conhecer o valor da vida humana, e que por isso depende de cada um de nós dar testemunho público.”
Para José Maria Duque é importante que participem “todos aqueles que todos os dias dão um pouco da sua vida pela vida dos outros, no acolhimento às grávidas em dificuldade, no apoio aos bebés que não têm quem os acolha, no apoio às famílias carenciadas, no apoio aos idosos sozinhos, todos esses, que todos os dias dão a sua vida pela defesa da vida, venham à rua para dar testemunho público, para dizer 'não encontramos nada na vida que não seja digno. A única coisa de indigno que encontramos é a forma como a sociedade e o estado tratam os mais frágeis.' Isso é urgente e por isso apelo a todos para que venham, numa dessas dez cidades, testemunhar connosco.”
A Caminhada pela Vida tem o objetivo de promover a defesa da vida desde a conceção até à morte natural. O facto de o Parlamento voltar a discutir a lei da eutanásia, depois de esta ter sido chumbada pelo Tribunal Constitucional, é um dos pontos de preocupação para os participantes, mas não só.
“Este ano, para além do tema da eutanásia há também um grande foco na questão do aborto. A deputada independente Cristina Rodrigues e a deputada não inscrita Joacine Catar Moreira vieram agora propor o alargamento dos prazos legais do aborto para 14 e 16 semanas respetivamente. E por isso esse também será um tema de grande preocupação.”
D. Manuel Clemente e D. Francisco Senra Coelho ape(...)
“Mas sobretudo o grande foco estará em criar esta consciência de que diante de uma cultura que se instala cada vez mais, de descarte, de cultura da morte, onde o parlamento debate e decide sobre em que condições se pode matar um doente ou se o aborto pode ser até às 14 ou 16 semanas sem qualquer critério científico, simplesmente pela conveniência que o poder político entende, aquilo que é urgente é acender as consciências, voltar a criar a consciência de que a vida humana é sempre digna. Este é o grande desafio do movimento pró-vida em geral e da Caminhada Pela Vida deste ano, testemunhar que a vida é sempre bela, e que a vida é sempre digna, às 10 semanas, às 14 semanas, às 16 semanas, quando está doente, quando está mais idoso, isso é a grande urgência“, diz José Maria Duque.
Este ano o Patriarca de Lisboa voltou a associar-se à Caminhada pela Vida, publicando um vídeo de apoio e o arcebispo de Évora, cidade que se estreia no acolhimento da Caminhada, também. Contudo, o evento não é confessional, insiste José Maria Duque.
“A razão pela qual cada um é pró-vida, pela qual cada um defende a vida, é com a sua consciência. E por isso nós apelamos a todos aqueles que defendem a vida que saiam à rua. Este ano teremos connosco a Aliança Evangélica e também teremos connosco membros da Comunidade Islâmica de Lisboa, mas sobretudo o que queremos é ter na Caminhada pela Vida todos os homens de boa vontade que acreditam que a vida humana é inviolável desde o momento da conceção.”
“Quer acreditem nisso porque acreditam no quinto mandamento, quer porque acreditam na Constituição, para nós tudo é bom. O que é necessário e urgente é a consciência de que a vida humana tem de ser respeitada e tem de ser defendida e por isso o apelo é para católicos e não católicos, para crentes e não crentes, para que venham à rua dar esse testemunho público”, conclui José Maria Duque.