28 out, 2021 - 23:15 • João Malheiro
O Bastonário dos Médicos confirma que a Ordem não foi consultada durante a elaboração do documento que será apresentado a 4 de novembro, no Parlamento.
"Isto é importante, porque a avaliação dos potenciais candidatos à eutanásia, na lei que está a ser definida, necessita de médicos nomeados pela Ordem", explica Miguel Guimarães.
Diz que é "muito estranho" que a votação sobre a lei da eutanásia tenha sido agendada para 4 de novembro. "Numa altura em que estamos em crise, não só em termos políticos, mas também em crise na resposta aos nossos doentes que ficaram para trás, durante a pandemia, é estranho que esta seja a principal preocupação da Assembleia da República", aponta à Renascença.
O Bastonário lamenta que "a má política" continue a mandar no país e a valorizar os temas errados.
"Estaria preocupado com a vida das pessoas, estaria preocupado com os milhares que não tiveram acesso ao SNS. Eu, às vezes, questiono-me se os deputados se preocupam com o SNS", critica.
Miguel Guimarães defende ainda que temas "fraturantes" como a eutanásia, "merecem uma reflexão profunda e serem discutidos fora de uma situação de crise", como a que Portugal atravessa.
Também esta quinta-feira, o presidente da Associação de Médicos Católicos considerou que a "urgência" de agendar a votação da lei da eutanásia revela "desespero em aprovar a medida na 25.ª hora".
E a especialista em bioética Ana Sofia Carvalho vê com "estupefacção" a decisão.
Eutanásia
PSD e CDS opõem-se a este agendamento apressado, m(...)