29 out, 2021 - 15:08 • Ricardo Vieira, com Lusa
O ex-banqueiro em fuga à justiça João Rendeiro vendeu oito quadros que estavam arrestados por 1,3 milhões de euros.
A informação foi avançada esta sexta-feira, em tribunal, pelos advogados da massa insolvente do Banco Privado Português (BPP), avança o "Jornal de Notícias".
A mulher de João Rendeiro marcou presença na audiência, mas escusou-se a prestar declarações sobre o paradeiro das obras de arte de que é fiel depositaria, alegando não ter “condições psicológicas” para o fazer.
Maria de Jesus Rendeiro é fiel depositária da coleção de arte arrestada desde 2010 e foi notificada para estar presente hoje no tribunal, em Lisboa.
"Não estou em condições psicológicas, [...] peço muita desculpa", disse Maria de Jesus Rendeiro, com uma voz muito emocionada.
Nos casos de arresto de bens, não é comum a realiz(...)
Também a advogada de Maria de Jesus Rendeiro disse que a sua cliente não queria prestar declarações, até porque não se podem ignorar as condições em que está e porque à margem deste processo deverá correr um processo processo-crime.
Maria de Jesus Rendeiro, mulher do antigo presidente do BPP João Rendeiro, poderá ser acusada do crime de descaminho.
A juíza do processo considerou que o tribunal reparou que Maria de Jesus Rendeiro “não está em condições psicológicas ou emocionais de prestar declarações".
No processo de hoje, em que foi chamada a depor, Maria de Jesus Rendeiro não é arguida nem enfrenta qualquer processo crime.
O ex-banqueiro, condenado a penas de três, cinco e(...)
A Polícia Judiciária visitou a casa de João Rendeiro e de Maria de Jesus Rendeiro, no condomínio da Quinta Patino, em Cascais, sendo que, segundo disse hoje a juíza, não foram encontradas 15 obras que deviam estar na sua casa e à sua guarda. E que quatro obras apresentam indícios de não serem originais.
O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) João Rendeiro, que em 28 de setembro foi condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por burla qualificada, está em parte incerta, fugido à justiça.
O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.
O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, bem como um outro processo relacionado com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancária.