02 nov, 2021 - 06:34 • Lusa
Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa cumprem esta terça-feira uma nova greve parcial de manhã, prevendo-se que a circulação retome às10h15, num dia em que há também uma paralisação de 24 horas na Rodoviária de Lisboa.
De acordo com a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), a greve no Metro decorre entre as 5h00 e as 9h30 para a generalidade dos trabalhadores e das 9h30 às 12h30 para o setor administrativo e técnico, prevendo a transportadora que as estações não abram como habitualmente para iniciar a circulação de comboios às 6h30 e que o serviço arranque apenas às 10h15, como nas duas greves parciais da semana passada.
Trabalhadores do Metropolitano iniciaram também na segunda-feira uma greve ao trabalho extraordinário por 10 dias, renováveis, e para quinta-feira (dia 4) está prevista uma greve de 24 horas.
O pré-aviso foi entregue em outubro "devido à falta de respostas às questões colocadas, quer em reuniões com o ministro do Ambiente, quer com o presidente do Metropolitano de Lisboa", segundo a FECTRANS.
Na origem das paralisações estão um protesto contra o congelamento salarial e a reivindicação da aplicação de todos os compromissos assumidos pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática (inclusive a prorrogação do Acordo de Empresa), do preenchimento imediato do quadro operacional (com a reposição de efetivos) e das progressões na carreira.
Devido à paralisação no Metro de Lisboa, a Carris, gerida pelo município da capital, vai reforçar quatro das suas carreiras: 726 (no troço Pontinha Metro -- Estefânia), 736 (nos troços Senhor Roubado - Marquês de Pombal e Campo Grande - Cais do Sodré), 744 (no troço Oriente - Restauradores) e 746 (no troço Sete Rios - Marquês de Pombal).
Segundo a empresa de serviço rodoviário, os reforços de carreiras vão ser assegurados nos dois dias de paralisação do Metropolitano esta semana, mas hoje incidirão apenas na hora de ponta da manhã, até cerca das 10h30, por se tratar de uma greve parcial.
Também hoje, a Rodoviária de Lisboa - que opera nos concelhos de Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira, todos no distrito de Lisboa, servindo cerca de 400 mil habitantes - enfrenta uma greve de 24 horas.
Segundo o presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa, João Casimiro, o objetivo é reivindicar "salários dignos" da profissão de motorista de transportes públicos, estando ainda a decorrer uma greve ao trabalho extraordinário.
O sindicato espera uma adesão à volta dos 70%, e a empresa refere no seu '
site que recebeu o pré-aviso de greve e pede desculpa por perturbações ao serviço.
Segundo João Casimiro, "um motorista de transportes públicos tem 700 euros de ordenado base, quando noutras empresas de transporte público já se atingiu o valor dos 750 [euros] em acordo".
Os trabalhadores prometem continuar a marcar mais greves, inclusive hoje, dia em que decidirão em plenário as próximas datas.