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Caso EDP. Manuel Pinho confrontado com “600 factos novos”

04 nov, 2021 - 13:10 • Ricardo Vieira

Interrogatório previsto para hoje foi adiado para 14 de dezembro, a pedido da defesa do antigo ministro da Economia, perante a apresentação de novos factos por parte do Ministério Público.

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O antigo ministro Manuel Pinho foi esta quinta-feira confrontado com mais “600 factos novos” no caso EDP, em que é arguido, e o interrogatório foi adiado para dezembro.

Manuel Pinho e a mulher foram chamados para uma inquirição do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em Lisboa.

O advogado Ricardo Sá Fernandes explicou aos jornalistas que o Ministério Público apresentou factos novos, que a defesa do antigo ministro pediu tempo para analisar.

“Nós fomos confrontados com esta indiciação complementar muito extensa e, em função da extensão do documento, com cento e muitas páginas e mais de 600 factos novos, com remissão para dezenas ou centenas de documentos a que se reporta esta nova indiciação, nós decidimos pedir prazo para nos pronunciarmos”, disse Ricardo Sá Fernandes.

De acordo com o advogado de Manuel Pinho, o Ministério Público “compreendeu imediatamente” o pedido e foi acertada “que a diligência prevista para hoje terá lugar a 14 de dezembro”.

A defesa do antigo ministro vai agora analisar os novos factos sobre o alegado envolvimento de Manuel Pinho no caso EDP.

“Nós temos que analisar agora toda esta documentação, mas isto altera um pouco os dados da questão. Este é o segundo ou terceiro aditamento com que somos confrontados e este, de facto, é bastante extenso. Mais extenso até que os anteriores”, sublinha Ricardo Sá Fernandes.

Questionado sobre o aparecimento de novos factos numa investigação com vários anos, Sá Fernandes apenas diz que “gostaria que a investigação fosse mais concentrada e mais rápida”.

Em julho de 2017, o antigo ministro da Economia do Governo socialista chefiado por José Sócrates viu-se envolvido no processo que investiga os negócios no setor da Energia, tendo Pinho garantido, num artigo então assinado no jornal Público, que não foi favorecido pela empresa, pedindo que a investigação fosse levada até "às últimas consequências", declarando-se disponível para prestar os esclarecimentos necessários.

O inquérito do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) investiga os procedimentos relativos à introdução no setor elétrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC).

O inquérito tem vários arguidos, entre os quais os presidentes da EDP e da EDP Renováveis, António Mexia e João Manso Neto, respetivamente.

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