05 nov, 2021 - 18:37 • Hugo Monteiro com Lusa
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) não tem capacidade para responder a situações urgentes e os tempos de espera para o envio de ambulâncias chega a demorar até uma hora, denuncia o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH).
Em declarações à Renascença, Rui Lázaro diz que a situação "é mais frequente na região de Lisboa e Vale do Tejo: as chamadas, depois de criadas, e definida a emergência, o que acontece é que passam largos minutos, por vezes mais de uma hora, sem que seja encontrada uma ambulância disponível para enviar para as ocorrências".
O caso mais recente ocorreu, precisamente esta sexta-feira, acrescenta o sindicalista.
"A denúncia mais recente que nos chegou foi de 29 chamadas em espera, portanto, 29 vítimas, pelo menos, que estavam à espera de uma ambulância e não havia ambulância para enviar. E na situação mais demorada ia já com 50 minutos de espera o que, claro, pode colocar em causa o socorro e a vida dos cidadãos", detalhou Rui Lázaro. .
Por outro lado, o presidente do STEPH admite que "as denúncias têm aumentado" e que o problema deve-se à falta de técnicos de emergência pré-hospitalar. Atualmente, existem em Portugal cerca de 900 técnicos de emergência pré-hospitalar, quando o que está previsto é que sejam 1.400.
"Já tínhamos alertado o Ministério da Saúde e o INEM sem que houvesse qualquer resposta. Vamos fazer seguir essa denúncia para as entidades competentes: a IGAS e, eventualmente, para o Ministério Público", referiu Rui Lázaro.
O concurso atualmente em curso para a contratação de 178 técnicos recebeu até agora menos de 50 candidaturas, quando em concursos abertos em 2012, 2013 ou 2014 para 100 vagas concorriam cerca de 10 mil candidatos.
Num esclarecimento feito à Renascença, o INEM diz que os atrasos no envio de socorro “podem corresponder a picos de serviço” e são “absolutamente normais no âmbito da atividade dos CODU”, que estabelecem prioridades.
O Instituto Nacional de Emergência Médica refere que “as situações reportadas” pelo sindicato “podem corresponder a picos de serviço, absolutamente normais no âmbito da atividade dos CODU” (Centros de Orientação de Doentes Urgentes).
“Quando se verifica um aumento pontual do volume de chamadas, o INEM prioriza as ocorrências, sendo expectável que o tempo de resposta para situações menos graves aumente. No entanto, como explicado, as situações mais graves (prioridade P1) são as primeiras a receber o acionamento de meios”, acrescenta o instituto de emergência.
[notícia atualizada às 20h50 com a posição do INEM]