19 nov, 2021 - 19:06 • Pedro Mesquita , com Redação
Já terminou a reunião do Infarmed, os políticos já ouviram os especialistas.
Falta agora saber, com rigor, que medidas vão ser adotadas pelo governo, sem esquecer que logo à entrada do novo ano haverá eleições. Sejam quais forem, Costa tanto pode ser acusado de tomar medidas demasiado restritivas, como de facilitar às portas do Natal.
O principal conselho que Pedro Bidarra, consultor de comunicação, dá ao primeiro-ministro é que decida com bom senso, e apenas em nome do bem comum: "Acho que ele não precisa de conselhos mas o primeiro conselho seria bom senso...colocar o bem comum à frente dos interesses da organização a que ele pertence, que é o Partido Socialista. Mas é isso que se espera de qualquer político..."
Também se espera que exista uma comunicação eficaz. E neste ponto a avaliação de Pedro Bidarra é negativa.
Tanto para as mensagens passadas pelo governo, como pelo Presidente da Republica ou pela Direção-Geral da Saúde. Pedro Bidarra diz que tem havido um discurso errático, paternalista e distante: "o que eu vejo quase sempre, e o que e vi quase sempre ao longo destes dois anos, foi gente a dizer as mesmas coisa - sempre os mesmos atores - e sempre com o discurso da moralidade...vocês deviam era ter cuidado. É um discurso paternalista e errático", aponta.
"Passados dois meses lá vem o Presidente da República no seu papel do vencemos, somos os maiores, somos os campeões do mundo da vacinação e, depois, agora é preciso voltarmos a fazer isto ou aquilo... Parece que cada vez é uma coisa e, sobretudo, o que me parece é que não é uma comunicação próxima. A grande deficiência desta comunicação é que não tem havido uma voz de português para português, foi sempre de politico profissional para português", acrescenta.
Já sobre a eficácia do vice-almirante Gouveia e Melo, este consultor de comunicação considera que "embora possa parecer um pouco freudiano, a sua voz foi o nosso desejo de ter alguém que soubesse o que estava a fazer, e com autoridade".
Também importante, alerta Pedro Bidarra, é sensibilizar o país para os cuidados que deve continuar a ter.
É que apesar dos elevados índices de vacinação, a pandemia volta a crescer e já falta, de novo, pouco tempo para o Natal: "No ano passado o gabinete do primeiro-ministro falou comigo para fazer uma campanha de serviço publico que ajudasse a desenvolver uma atitude e comportamentos adequados à pandemia. Foi mais ou menos a 15 de novembro. Lembro-me que já era um pouco tarde para o Natal e o que se fez, na altura foi juntar vários profissionais do meio, concorrentes".
Foi já em cima da hora, mas a campanha fez-se e deveria ser agora reativada.
Pedro Bidarra lembra que se mantém atual, custou dinheiro e resultou de muito esforço: "É obvio que, enquanto isto não acabar - e pelos vistos é um vírus que não acaba - que é sempre bom recordar constantemente quais são os comportamentos de risco, como faz qualquer marketeer, qualquer anunciante. Não será dinheiro deitado à rua e é sempre necessário. Espero bem que todo aquele dinheiro e o esforço não seja para ficar arquivado".