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Mar da Madeira "cheio de tesouros". Bactéria em estudo para novos fármacos

19 nov, 2021 - 08:00 • Lusa

Investigadores acreditam que existe "um potencial para a descoberta de novos antibióticos com esta nova estirpe".

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O Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto revela que foram identificaram duas novas estirpes de bactérias no mar profundo da Madeira e que uma delas tem potencial para o estudo de novos fármacos.

Em comunicado, o instituto revela que o estudo, recentemente publicado na revista científica Marine Drugs, foi desenvolvido em parceria com investigadores do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e do Observatório Oceânico da Madeira/Centro de Ciências do Mar e do Ambiente.

As duas novas estirpes de bactérias identificadas no mar profundo da ilha da Madeira - mar pouco explorado e que os investigadores acreditam que estará "cheio de tesouros" para a medicina - pertencem ao género Streptomyces, um dos grupos de bactérias que mais tem contribuído para a produção de antibióticos.

Depois de sequenciarem e estudarem os genomas das duas bactérias, os investigadores descobriram que uma delas, designada MA3_2.13, "parece ter um grande potencial para o estudo de novos fármacos".

Nova bactéria apresenta potencial “relevância farmacológica"

Citada no comunicado, Marta Vaz Mendes, líder da equipa de investigação, refere que nesta molécula "há toda uma região do genoma que apresenta potencial metabólico para a produção de novos compostos".

"Existe, de facto, um potencial para a descoberta de novos antibióticos com esta nova estirpe. Os primeiros dados apontam para a produção de compostos com estruturas químicas únicas e com potencial relevância farmacológica", revela a investigadora.

Segundo o i3S, os investigadores vão agora cultivar a bactéria em condições que a levem a produzir metabolitos (compostos químicos produzidos por determinado organismo), avaliar o seu potencial e a sua toxicidade, antes de se considerar uma produção mais alargada.

Investigadores mundiais têm vindo a isolar novas estirpes de bactérias, provenientes dos locais mais "inusitados" para isolar novos metabolitos secundários com potencial terapêutico, sendo que uma das maiores fontes de novos metabolitos é o género Streptomyces.

No documento, o instituto do Porto salienta ainda ser "urgente encontrar novos antibióticos que sejam uma alternativa eficaz contra os organismos multirresistentes que começam a surgir".

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