19 nov, 2021 - 15:38 • Filipe d'Avillez
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A DGS desconfia que já haja casos de transmissão comunitária da variante AY.4.2 na região do Algarve.
A revelação foi feita esta sexta-feira, na reunião no Infarmed, por Pedro Pinto Leite, na apresentação que fez sobre a situação pandémica em Portugal e na Europa.
Durante a descrição pormenorizada da situação em Portugal, por regiões, o especialista notou que o Algarve se destaca das restantes regiões. Enquanto no resto do país a incidência de casos positivos é sobretudo na faixa etária dos 0-9 anos, que não estão vacinados, e dos 20-29 anos, no Algarve os principais grupos são o dos 30-39 anos, seguido dos 60-69 e dos 50-59.
A maioria das transmissões ocorre em contexto escolar e de universidades, mas também em contexto familiar e de festas sociais, informou Pedro Pinto Leite.
A região em si, contudo, está ainda com o nível de alerta dos cuidados intensivos de apenas 26%.
A exposição do Algarve ao turismo, nomeadamente do Reino Unido, pode explicar a existência desta variante na região, uma vez que a maioria dos casos têm sido detetados naquele país.
Segundo estudos britânicos, esta variante tende a apresentar menos sintomas na maioria dos infetados, o que por sua vez pode favorecer a transmissibilidade, uma vez que os doentes não tomam precauções nem e isolam.
No estudo feito pela Imperial College, de Londres, notou-se que apenas 33% dos infetados com esta variante apresentavam sintomas, em comparação com 46% dos infetados com a variante Delta.
Durante a sua apresentação, Pedro Pinto Leite referiu que Portugal está de facto a entrar numa quinta fase desta pandemia, o que equivale à "quinta vaga" que está a assolar o centro e leste da Europa.
Contudo, os dados revelados pelo especialista comprovam o efeito positivo da vacinação, uma vez que os países que estão a ser mais duramente afetados na Europa são precisamente os que têm menor cobertura vacinal.
Os efeitos positivos da vacinação foram ainda sublinhados por Henrique Barros, que também participou na reunião, explicando que a adesão dos portugueses à vacinação permitiu evitar 200 mil infeções, mais de 130 mil dias de internamento, libertando vagas nos hospitais para outras patologias, mais de 50 mil dias de internamento em cuidados intensivos e, acima de tudo, uma poupança de cerca de 2,300 vidas.