19 nov, 2021 - 00:59 • Lusa
As cidades do Porto e Vila Nova de Gaia têm agora “uma oportunidade única concedida pelo PRR” para a construção de uma nova ponte para a travessia do metro, realçou o presidente da Câmara do Porto.
“Atendendo aos compromissos de descarbonização, mas também aos problemas que já hoje temos nas duas cidades, em Gaia e no Porto, é hoje mais ou menos inevitável perceber que, se queremos resolver alguma coisa, temos de fazer um forte investimento no transporte público e que transporte público e a ligação Gaia-Porto é absolutamente fundamental”, destacou Rui Moreira.
O autarca falava na noite de quinta-feira, durante a conferência “Margens que se ligam”, promovida pelo Jornal de Notícias e pela TSF, na Biblioteca Municipal Almeida Garret, no Porto.
Na sessão em que foi debatida a construção da nova ponte sobre o Douro, que permitirá a extensão da linha amarela do metro, Moreira salientou que as cidades têm hoje “uma oportunidade concedida pelo PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], que permite fazer alguma coisa, mas isso também se exige que se faça num tempo curto”.
“Os tempos são mais curtos hoje por imposições que nos chegam, e é uma oportunidade que não podemos perder”, reiterou.
Para o independente, a forma como a ponte se insere no Porto está “condicionada por uma questão, por causa da ZEP [Zona Especial de Proteção] da Ponte da Arrábida”.
“Ao sermos demasiadamente fundamentalistas em determinadas áreas, num determinado sítio, num determinado local, ao fazermos uma determinada proteção excessiva deste lado estamos de alguma maneira a correr o risco de estragar aquilo que poderá ser acomodado noutro lado”, prosseguiu.
Transportes
Metro do Porto e autarquia não comentam, enquanto (...)
Rui Moreira manifestou também preocupação com a “inserção do canal naquele que é o tecido da cidade”.
“A escolha desta altura da ponte e desta entrada da ponte na malha urbana do Porto causa, necessariamente, impactos a nível do património edificado da cidade do Porto, causa fortes impactos na Universidade [do Porto], no campus da Universidade, e em propriedades privadas, algumas das quais têm particular valor pelas pessoas que lá viveram”, detalhou, acrescentando que, para chegar a uma solução, serão precisas cedências.
O concurso para o projeto de conceção da ponte que permitirá a ligação de metro de Santo Ovídio, em Gaia, à Casa da Música, no Porto, está neste momento suspenso, devido a uma contestação de um dos concorrentes.
No âmbito deste concurso, já tinham sido anunciados, em 18 de outubro, os três projetos finalistas.
O júri do concurso atribuiu o primeiro lugar ao consórcio liderado por Edgar Cardoso: Laboratório de Estruturas que propõe uma solução tipo pórtico com escoras inclinadas, com betão como principal material e uma altura superior à da Ponte da Arrábida.
Já o segundo lugar foi atribuído ao projeto do consórcio liderado pela COBA, que apresenta uma solução de arco com tabuleiro a nível intermédio, com pilares de betão armado nas encostas e pilares metálicos sobre o arco.
O terceiro lugar foi atribuído ao consórcio liderado pela Betar - Consultores, cujo projeto assenta numa solução de pórtico de pilares inclinados e assimétricos nas margens, com o tabuleiro a ser constituído por aço e betão e os pilares e encontros em betão armado.