23 nov, 2021 - 16:14 • Cristina Branco , Marta Grosso com Lusa
A Sociedade Portuguesa de Pediatria considera que vacinar as crianças entre os 5 e os 11 anos contra a Covid-19 pode ser importante para normalizar a vida académica dos alunos.
“Ela será importante se isso permitir reduzir as medidas e confinamento nas escolas e os isolamentos obrigatórios”, afirma a presidente do organismo à Renascença.
Na opinião de Inês Azevedo, vacinar este grupo etário “poderá ser uma vantagem enorme para permitir o regresso das crianças a uma vida normal, porque neste momento estamos a assistir novamente a confinamentos frequentes e eu conheço casos de crianças que já tiveram por três vezes isoladas durante 15 dias durante este ano letivo, isso não continuar a ser”.
“Essa será para nós a principal vantagem”, reforça, admitindo que “a doença grave é muito rara nestes grupos etários”.
Numa altura em se espera pela decisão da Autoridade Europeia do Medicamento (EMA), a pediatra diz à Renascença que há vários fatores a ter em conta.
“Terei que olhar para os dados da comissão técnica de dados da DGS [Direção-Geral da Saúde] e perceber qual será a sua decisão. Isso será essencial para depois o nosso aconselhamento poder ser mais baseado em evidências e conhecimento da realidade nacional. Mas, para já, os dados que temos é de que é uma vacina segura”, afirma.
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“É preciso ter também em conta os casos por faixa etária, a transmissão e a responsabilidade das crianças na infeção, dados aos quais a Sociedade não tem acesso”, adianta, numa entrevista à agência Lusa.
Numa posição divulgada nesta terça-feira, assinada pela direção e pela comissão de vacinas da Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP), a organização lembra que as vacinas foram testadas em ensaio clínico em 1.517 crianças e que se mostraram seguras e eficazes.
“Os estudos científicos indicam que a transmissão parece ser baixa em idades mais jovens, mas não conhecemos os dados nacionais e será necessário ter acesso a esses dados para perceber a importância de vacinar crianças neste grupo etário”, reforça.
A SPP considera ainda que, “como muitos adultos agora estão protegidos pela vacinação, é natural que a proporção de novos testes positivos encontrados em crianças seja maior do que antes”, especialmente com a "testagem intensiva das crianças" a frequentar as escolas.