24 nov, 2021 - 19:26 • Pedro Mesquita , André Rodrigues
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O imunologista Bruno Silva Santos defende a obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19 à escala global.
Comentando as declarações do diretor-executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa que, esta quarta-feira, disse, em entrevista à Sky News, que era chegado o momento de debater a obrigatoriedade da imunização contra o novo coronavírus, Silva Santos lembra que, no passado, foi graças a uma decisão semelhante que foi possível erradicar a varíola.
“Para mim, [a vacina anti-Covid] devia ser obrigatória em todo o mundo, sem dúvida”, defende este especialista em declarações à Renascença.
“É um debate que deve ser tido, porque nos anos 70, a Organização Mundial da Saúde fez uma campanha a nível mundial com o objetivo de erradicar a varíola e no ano de 1980 foi declarada extinta esta doença que, num século matou 400 milhões de pessoas em todo o mundo”, fundamenta o investigador do Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa (IMM-UL) .
Diferente é a leitura de Miguel Prudêncio, que considera desnecessária uma eventual obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19.
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Desde logo, segundo este investigador do IMM-UL, porque, “em Portugal, temos uma adesão às vacinas que é historicamente elevada. E, agora, com as vacinas Covid, tivemos uma adesão maciça”.
“À partida não vejo com bons olhos uma obrigatoriedade, porque não penso que seja necessária e porque estou em crer que seria uma questão com contornos de difícil resolução a vários níveis e iria criar alguma instabilidade até do ponto de vista social que, podendo ser evitada, não se justifica estar a abrir esta “Caixa de Pandora”, acrescenta Miguel Prudêncio à Renascença.
Já Miguel Castanho, professor de bioquímica da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, prefere adotar uma posição de meio termo.
Segundo este especialista, “a vacinação deve vir da consciencialização e não da obrigação”.
No entanto, a ideia de tornar a vacina anti-Covid obrigatória “não choca”, desde que as autoridades de saúde concluam que “a única forma de não deixar a população à mercê da Covid-19 é obrigar à vacinação, uma vez que todos os outros mecanismos estão esgotados”.