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Sindicato diz que urgências de cirurgia em Faro estão ameaçadas, Hospital refuta

01 dez, 2021 - 15:33 • Lusa

Cinco profissionais “pretendiam uma melhoria salarial” e o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) “fez tudo o que podia” para os manter, mas não poderia “abrir o precedente” de deixar os profissionais sair para os contratar depois como tarefeiros.

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As escalas da urgência de cirurgia do Hospital de Faro podem ficar sem profissionais este mês pela saída de cinco cirurgiões, segundo um sindicato, mas o diretor clínico garantiu que o serviço e os cuidados à população “estão garantidos”.

Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), disse à agência Lusa que em causa estão “quatro jovens cirurgiões que saíram – e um quinto ainda não saiu porque está em isolamento profilático, mas vai sair”, e isso vai provocar que haja “noites e dias inteiros da escala de dezembro que estão totalmente a descoberto”, podendo “nesses dias, o serviço de urgência de cirurgia encerrar”.

Confrontado com a denúncia do sindicato, o diretor clínico do Hospital, Horácio Guerreiro, reconheceu que esses cinco profissionais “pretendiam uma melhoria salarial” e o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) “fez tudo o que podia” para os manter, mas não poderia “abrir o precedente” de deixar os profissionais sair para os contratar depois como tarefeiros.

“A assistência está garantida para a população e a escala, embora tenha poucos elementos em cada dia, é uma escala suficiente para tranquilizar as pessoas e garantir os cuidados cirúrgicos à população”, afirmou Horácio Guerreiro, frisando que, “se em Faro houver mais dificuldade”, os doentes serão “transferidos para Portimão, onde há uma equipa robusta” de cirurgia.

O secretário-geral do SIM disse estar preocupado com a saída desses profissionais porque, além de serem menos elementos para assegurar o serviço, “seis dos médicos que lá ficam têm mais de 55 anos” e podem ser dispensados de fazer serviço de urgência.

Jorge Roque da Cunha criticou “a incapacidade que o Governo” para “reconhecer o esforço ou criar condições para fixar os médicos, como se verificou com estes cinco” que agora pretendem sair do hospital de Faro, e acusou o executivo de usar “propaganda a dizer que está tudo bem” quando isso não corresponde à realidade.

Para o sindicalista, “infelizmente, parte do serviço continuará a ser assegurado por prestadores” externos, que “ganham mais do que pessoas mais diferenciadas e só vão consoante as suas disponibilidades”, apelando ao Ministério da Saúde e ao Conselho de Administração do CHUA que encontrem fórmulas que corrijam a situação e criem condições para fixar os médicos no Serviço Nacional de Saúde.

Horário Guerreiro disse, por seu turno, que o Hospital de Faro tentou “por tudo” encontrar fórmulas para manter estes cinco cirurgiões, que queriam “melhores condições salariais” e achavam que "podiam sair e voltar a ser contratados em conduções mais favoráveis”.

“O que se poderia pôr como alternativa era contratá-los como prestadores externos, como temos alguns nos serviços de urgência, contudo, isso era abrir o precedente que poderia ser extensível a todos os médicos do hospital e imagine que todos os outros queriam fazer o mesmo”, justificou.

O hospital ainda propôs aliviar e “melhorar as condições de trabalho” com a “contratação de uma equipa para pequena cirurgia” e garantindo um “prestador externo todos os dias para dar apoio ao serviço de urgência”, acrescentou o diretor clínico, que ainda espera que alguns possam reponderar a saída.

Sobre o escalonamento de serviço, à semelhança do que se verifica noutros hospitais, “as escalas são sempre lacunares” devido à falta de recursos humanos crónica no CHUA e noutros pontos do país, mas garantiu que “a escala de dezembro está preenchida todos os dias com médicos da casa” e “não há nenhuma preocupação especial em relação a dezembro, mesmo com a saída desses colegas”, disse.

“A assistência está garantida para a população e a escala, embora tenha poucos elementos em cada dia, é uma escala suficiente para tranquilizar as pessoas e garantir os cuidados cirúrgicos”, assegurou.

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