02 dez, 2021 - 08:16 • Fátima Casanova com redação
A comissão independente que vai estudar os abusos de menores na Igreja já definiu a meta: Até final do próximo ano vai apresentar um relatório com as conclusões
A informação foi avançada à Renascença pelo coordenador desta nova comissão.
“Delimitamos o ano de 2022 para o desenvolvimento de todo este trabalho com a apresentação de um relatório também em final do próximo ano”, confirmou o pedopsiquiatra Pedro Strecht, que mais logo vai apresentar os todos os elementos que constituem esta comissão criada a pedido dos bispos.
Nestas declarações avança ainda que vai ser criada “uma equipa multidisciplinar, com pessoas de várias áreas, que vai procurar fazer o estudo sobre o que se passou na questão dos abusos sexuais no seio da Igreja Católica”.
O número reduzido de casos de abuso sexual de crianças de que a Igreja Católica Portuguesa diz ter conhecimento coincide com a realidade conhecida pela Polícia Judiciária. Por isso, o diretor nacional adjunto da PJ diz não tem razões para acreditar que houve encobrimento por parte da hierarquia da Igreja.
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Portugal segue assim o exemplo de outros países onde a Igreja formou comissões de especialistas independentes para apresentar uma análise detalhada da forma como a Igreja tem tratado desta questão. O caso mais recente foi em França, mas também já houve comissões independentes na Alemanha, na Irlanda e em vários estados norte-americanos.
A decisão de criar uma comissão independente tinha sido anunciada pelos bispos portugueses no final da sua última assembleia plenária, em Fátima, com vista a “fazer o estudo em ordem ao apuramento histórico” da questão dos abusos sexuais de menores cometidos por membros do clero em Portugal.
A Igreja irá ter também uma comissão nacional, uma espécie de grupo coordenador das comissões que em cada diocese foram criadas, com o objetivo de “reforçar e alargar o atendimento dos casos e o respetivo acompanhamento a nível civil e canónico, e fazer o estudo em ordem ao apuramento histórico desta grave questão“, como sublinhou na altura o comunicado final da Conferência Episcopal Portuguesa.