02 dez, 2021 - 15:00 • Rosário Silva
Pouco mais de dezena de estudantes finalistas do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) desenvolveram, em conjunto com cuidadores informais, profissionais de saúde e da área das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), três aplicações digitais para apoio a quem tem a seu cargo pessoas com doença de Alzheimer.
As respostas desenvolvidas destinam-se a diferentes necessidades e resultam de um curso de formação piloto em Portugal, realizado no âmbito do projeto Co-Care – Co-created ICT solutions for Alzheimer’s Informal Caregiving, financiado pelo programa europeu Erasmus+.
O curso piloto, já avaliado pelos diferentes parceiros, pretendeu oferecer “conhecimentos e competências para a cocriação, com o envolvimento dos utilizadores, de soluções baseadas em evidência científica, colocando assim as tecnologias de informação ao serviço dos cuidadores informais de pessoas com doença de Alzheimer”, esclarece uma nota enviada, à Renascença, pelo IPS.
Nesta formação participaram 11 estudantes finalistas de licenciatura das áreas das Ciências da Saúde, nomeadamente Fisioterapia e Terapia da Fala, e da Engenharia Informática, para além de seis docentes, 10 cuidadores informais, três profissionais de saúde e quatro profissionais ligados à área das TIC.
Durante 15 semanas, foram criadas três equipas multidisciplinares, que desenvolveram as aplicações Care-Coach, Rent-a-Care e MediControl, avaliadas de forma muito positiva pelo painel de avaliadores, dada a sua relevância e utilidade para o público-alvo.
“A Care Coach é uma aplicação focada em três necessidades centrais dos cuidadores informais, nomeadamente a organização das atividades diárias, programação da atividade física e bem-estar e comunicação com profissionais de saúde”, esclarece a instituição de ensino superior.
Quanto à aplicação Rent-a-Care, “pretende colocar em contacto os cuidadores informais à procura de serviços de apoio e os respetivos profissionais existentes no mercado”.
Já a MediControl, é referido, “foi pensada para apoiar o cuidador informal na gestão de medicação de pessoas com doença de Alzheimer”, nomeadamente no que respeita “à administração de medicamentos, gestão de stock, apoio à prescrição e procura de informações relacionadas com a medicação”.
O projeto europeu Co-Care, que decorre até 2022, quer ainda apresentar resultados em duas outras áreas de intervenção, através de um kit de ferramentas de apoio aos cuidadores informais, “que os capacitará para a escolha das soluções tecnológicas mais adequadas”, e da implementação de uma comunidade de prática online, que “servirá para dar suporte a todos os atores envolvidos, acompanhando o desenvolvimento do curso e do kit de ferramentas”.
Além do IPS, estão envolvidas no projeto, outras instituições de ensino superior, associações de utilizadores e profissionais dos setores social, da saúde e das tecnologias de Portugal, Espanha, Reino Unido e Bélgica, contando com a coordenação da Universidade de Vic (Espanha).