02 dez, 2021 - 16:17 • Teresa Paula Costa com Lusa
O vereador da Proteção Civil na Câmara de Lisboa, Ângelo Pereira, defendeu esta quinta-feira que a ministra da Saúde tem de "pôr ordem" no processo de vacinação contra a covid-19, criticando a "falta de organização", inclusive nos agendamentos.
"A ministra tem de pôr a casa em ordem, tem de pôr os serviços de saúde em ordem e a funcionarem bem, coisa que não está a acontecer", disse Ângelo Pereira, em declarações à agência Lusa, à margem de uma iniciativa a propósito do Dia Internacional de Pessoa com Deficiência, que se assinala na sexta-feira.
Fazendo o balanço do primeiro dia do centro de vacinação contra a covid-19 no pavilhão 4 da Feira Internacional de Lisboa (FIL), no Parque das Nações, que abriu portas na quarta-feira, o vereador da Proteção Civil criticou "a afluência excessiva de pessoas de manhã, que originou algumas filas", enquanto que "da tarde o centro esteve quase vazio", o que indica "uma falta de organização".
Ângelo Pereira criticou também o envio de "sms" aos utentes com convocatórias para serem vacinados no novo centro na FIL no dia anterior à inauguração do espaço, quando a data de abertura de 1 de dezembro já tinha sido anunciada pelo presidente da Câmara de Lisboa, e a dificuldade de distribuir as marcações pelo horário de funcionamento.
Por isso, o vereador social-democrata deixou um apelo à ministra da Saúde, Marta Temido, para que "ponha a casa em ordem" e para que os serviços de saúde se organizem de forma a evitar filas nos centros de vacinação.
Ângelo Pereira revelou que a autarquia está a dar apoio logístico no processo de vacinação, substituindo-se ao Governo central, com o investimento nos meios necessários para assegurar as condições de funcionamento dos centros de vacinação na capital, designadamente na FIL e na Ajuda, inclusive no pagamento de enfermeiros. Por isso, "tem que haver aqui uma coordenação com o Ministério da Saúde e uma boa organização por parte do Ministério da Saúde, que não está a acontecer".
Questionado sobre a falta de apoio do Governo do PS à Câmara de Lisboa no processo de vacinação por agora o executivo municipal ser presidido pelo social-democrata Carlos Moedas, após ter derrotado o socialista Fernando Medina nas eleições autárquicas de 26 de setembro, Ângelo Pereira respondeu: "Se fosse isso, isso queria dizer que nos outros concelhos as coisas funcionariam bem, mas o que me dizem é que esse tipo de falhas tem acontecido em vários concelhos, portanto acho que é falta de organização dos serviços".
No âmbito da testagem à covid-19, o vereador informou que existem quatro postos de testagem diurnos, um nos Restauradores, um no Martim Moniz, um no Cais do Sodré e um no Campo Pequeno, e desde terça-feira foi disponibilizada à população a testagem noturna no Cais do Sodré, no horário das 20:00 às 02:00, para as pessoas poderem, por exemplo, frequentar estabelecimentos noturnos, serviço que "dentro de dias" irá ser alargado ao Largo de Camões, Príncipe Real e Santos.
"A testagem não necessita de marcação prévia, é gratuita, testes de antigénio para residentes e não residentes em Lisboa", comunicou Ângelo Pereira, adiantando que a câmara está a preparar mais postos em mais localizações, além dos oito anunciados, considerando que o Ministério da Saúde poderia apoiar com a comparticipação dos testes, investimento que está a ser suportado totalmente pela Câmara de Lisboa, que paga 15 euros por teste.
Em 26 de novembro, a Câmara de Lisboa aprovou, por unanimidade, a contratação, por ajuste direto, de serviços de testagem à covid-19 por farmácias aderentes do concelho, até ao final do ano, num investimento de mais de 3,225 milhões de euros.