03 dez, 2021 - 18:35 • Lusa
Os chefes de equipa de urgência cirúrgica demissionários do Hospital Santa Maria, em Lisboa, exigem que as escalas tenham os mínimos que garantam, entre outras reivindicações, dois blocos operatórios e duas salas de pequena cirurgia, segundo o sindicato.
Em comunicado, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) afirma que se reuniu com "alguns representantes dos chefes de equipa, assistentes de cirurgia e internos do Hospital de Santa Maria" que "reafirmaram a manutenção dos pedidos de demissão, salvaguardando a vida dos doentes".
Segundo o SIM, os médicos exigem que as escalas do Serviço de Urgência Central garantam também um balcão de receção de atendimento geral/cirúrgico, uma sala de reanimação (até três doentes em simultâneo) e cuidados intermédios da urgência.
Reclamam ainda "apoio aos restantes serviços do Hospital" e "urgência interna de cirurgia".
Para os médicos, é ainda necessário, "no mínimo", para assegurar as escalas um chefe de equipa, três cirurgiões especialistas, um cirurgião ou um Interno equiparado dos últimos anos.
"Apesar dos deficits, e de não existir uma escala oficial, no dia 2 de dezembro de 2021, garantiram o apoio a situações de emergência e de salvar vidas", afirma o sindicato, apelando ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), do qual faz parte o Santa Maria, que "ouça os médicos e cumpra o que prometeu".
Apela ainda ao Governo para que "não se exima de responsabilidade e tome medidas para resolver o problema".
Os 10 chefes de equipa de urgência cirúrgica do Hospital Santa Maria reapresentaram o pedido de demissão na quinta-feira, dois dias depois do CHULN ter anunciado que tinham chegado a acordo.
O secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, afirmou, em declarações à agência Lusa, que o Conselho de Administração tinha voltado atrás perante "todos os compromissos que tinham assumido com os chefes de equipa demissionários", uma situação negada pelo centro hospitalar.
Num esclarecimento enviado na quinta-feira à imprensa, o CHULN negou ter voltado atrás com o negociado, afirmando que "mantém todas as soluções apresentadas às equipas da Cirurgia Geral, que estão em vigor".
"Medidas que os chefes de equipa da urgência cirúrgica consideraram, em reunião realizada no dia 30 de novembro, resolver de forma integral as questões apresentadas em documento enviado ao Conselho de Administração e que se prendiam maioritariamente com reorganização de processos assistenciais internos", afirma em comunicado.
Nas últimas semanas, adianta, o CHULN contratou ainda profissionais para reforçar as equipas da urgência cirúrgica e abriu vagas para reforço do quadro permanente da especialidade.
Os chefes de equipa de cirurgia apresentaram a demissão do cargo no dia 10 de novembro, que formalizaram 12 dias depois, pedindo recusa de horas extraordinárias e dispensa de obrigação de prestar Serviço de Urgência, ao abrigo da legislação em vigor, por terem ultrapassado o limite de idade.