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Ministro do Ambiente. Greta Thunberg faz muito pela ação climática mas liderança não está na rua

10 dez, 2021 - 07:55 • Lusa

"Será que é preciso uma degradação das nossas condições de vida, maior, bastante maior, para haver o apoio político suficiente?", questiona Humberto Rosa.

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O ministro do Ambiente e Ação Climática diz que a jovem ativista Greta Thunberg fez muito mais pela divulgação do problema das alterações climáticas do que altos responsáveis políticos, mas nega que a liderança destas matérias esteja na rua.

Num debate sobre os resultados da cimeira do clima de Glasgow (COP26), do mês passado, João Pedro Matos Fernandes disse ser evidente que Greta Thunberg fez muito mais pela divulgação do problema da ação climática do que pessoas como Al Gore ou John Kerry (ambos ambientalistas, o primeiro ex-vice-presidente dos Estados Unidos e o segundo atual enviado presidencial especial dos Estados Unidos para o clima).

A influência da jovem ativista sueca, disse na conferência, é nas gerações mais novas mas nas mais velhas também, exemplificando Matos Fernandes com os próprios pais, a quem Greta Thunberg ensinou mais, "ou pelo menos fê-los pensar muito mais", do que Al Gore ou John Kerry, por muito que estes sejam "pessoas muito comprometidas com estas matérias".

"Mas eu não consigo aceitar que me digam que a liderança está na rua. Porque no dia em que a liderança estiver na rua não haverá justiça climática, nem transferência de dinheiro para quem mais precisa. E por isso tem de ser mesmo as instituições, e os Estados, e as democracias liberais tanto quanto possível, a liderar este processo".

O debate, promovido pela Fundação Res Publica, juntou além do ministro o presidente da fundação, o socialista Pedro Silva Pereira, que é vice-presidente do Parlamento Europeu, e Humberto Rosa, da Direção-Geral do Ambiente da Comissão Europeia.

Humberto Rosa concordou que a liderança da luta contra as alterações climáticas não é nas ruas que está, mas avisou que os discursos políticos não estão a chegar a essas pessoas que estão nas ruas. "Será que é preciso uma degradação das nossas condições de vida, maior, bastante maior, para haver o apoio político suficiente?", questionou.

E acrescentou logo de seguida: "Concordo que a liderança não é nas ruas que está, mas vejo aqui fatores de preocupação, vejo uma juventude angustiada, qualificada, com acesso a muita informação, sem esperança, excessivamente sem esperança, e temos de encontrar aqui um discurso" para essa juventude e para os que se possam sentir deserdados pelos "novos amanhãs".

O objetivo da conferência foi fazer um balanço da COP26, com os três a salientarem os aspetos positivos da mesma, mais positivos do que negativos.

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