10 dez, 2021 - 13:00
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O primeiro-ministro defendeu hoje que deve ser divulgado o máximo de informação possível sobre vacinação das crianças contra a Covid-19 e adiantou que vacinaria, se tivesse, um filho seu entre os 5 e os 11 anos.
António Costa falava após ter inaugurado o Museu da Liga dos Bombeiros Portugueses, em Lisboa, depois de confrontado com a polémica sobre a divulgação pública de todos os pareceres científicos relativos à vacinação de crianças por parte da Direção Geral da Saúde (DGS).
"Não me vou pronunciar sobre uma matéria que é competência sobretudo técnica da DGS. Como é sabido, o princípio geral é o da publicidade de todos os documentos administrativos que devem ser divulgados. E a DGS deve ponderar em cada momento o que entende que deve ou não ser divulgado", começou por responder.
Depois, o primeiro-ministro avançou com a sua opinião: "Acho que deve ser divulgado o máximo possível de informação, de forma a reforçar a confiança de todos no processo de vacinação".
"O processo de vacinação em Portugal tem sido um caso mundial de sucesso. Isso deve-se muito à confiança que os portugueses têm manifestado neste processo", sustentou o líder do executivo, antes de salientar que desconhece em detalhe o parecer sobre vacinação para crianças entre os 5 e os 11 anos.
"É um assunto que é da responsabilidade da DGS", insistiu.
A seguir, o primeiro-ministro foi questionado se aceitava vacinar se tivesse um filho entre os cinco e os 11 anos.
"Sim, claro, não tenho a menor das dúvidas. Mas tenho dito e repetido que, obviamente, os pais que têm crianças nessa faixa etária devem ouvir os médicos pediatras ou os médicos de família para se sentirem confortáveis quando tomam essa decisão", disse.
Questionado se reconhece que a vacinação das crianças é um assunto pouco consensual, António Costa respondeu que "em nenhum momento da pandemia da Covid-19 houve qualquer matéria consensual".
De acordo com o primeiro-ministro, desde o início da pandemia da Covid-19, foi frequente ouvir sobre a mesma matéria opiniões contraditórias por parte dos diferentes especialistas.
"Por experiência própria, sabemos que, se formos a dois médicos queixarmo-nos da mesma doença, em princípio o diagnóstico é o mesmo, mas, provavelmente, a terapia é diversa. Isso é normal que aconteça. Os portugueses têm tido até agora a capacidade de discernir bem e as autoridades a capacidade de ouvir as diferentes opiniões e tomarem uma decisão", advogou.
António Costa admitiu que, por vezes, as pessoas não compreendem bem as decisões de caráter sanitário para prevenção e combate à Covid-19 e avançou mesmo com um exemplo de caráter pessoal.
"Eu já estive em dois isolamentos, um deles estando já vacinado. E também me custou compreender. Mas a argumentação das autoridades foi clara e, sobretudo, devemos acatar o que as autoridades nos recomendam. É tendo essa confiança nas autoridades de saúde que temos conseguido percorrer este caminho ao longo destes quase dois anos", acrescentou.