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Covid-19

Vacinação de crianças arranca a 18 e 19 de dezembro

10 dez, 2021 - 16:08 • Filipe d'Avillez, Ana Carrilho e Ricardo Vieira

Autoridades de saúde revelaram plano de vacinação contra a Covid-19 de crianças entre os 5 e 11 anos. Autoagendamento começa já na segunda-feira.

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A vacinação de crianças entre os 5 e os 11 anos de idade arranca no fim de semana de 18 e 19 de dezembro, revelou esta sexta-feira o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.

A partir de segunda-feira, dia 13, está aberto o autoagendamento para que os pais possam inscrever os seus filhos para a vacinação.

Calendário de vacinação

  • No fim de semana 18 e 19 de dezembro serão vacinadas as crianças de 11 e 10 anos, podendo também ser vacinas algumas de nove.
  • A 6, 7, 8 e 9 de janeiro serão vacinadas as crianças entre os 9 e 7 anos.
  • A 15 e 16 de janeiro os meninos e meninas entre os 6 e 7 anos de idade.
  • A 22 e 23 e janeiro as crianças com 5 anos.
  • Entre 5 de fevereiro e 13 de março serão administradas as segundas doses da vacina para a Covid-19, sendo que o período recomendado entre primeira e segunda dose desta vacina pediátrica é de seis a oito semanas.


As crianças com comorbilidades serão prioritárias, independentemente da idade, desde que tenham prescrição médica, bastando que se dirijam aos centros de vacinação.

Nos dias destinados à vacinação de crianças, os centros não vão inocular adultos, "por forma a dar condições a que o processo decorra com tranquilidade", afirma Lacerda Sales.

O secretário de Estado da Saúde, Lacerda Sales, promete divulgar toda a informação sobre a vacinação de crianças entre os 5 e os 11 anos.

Em relação aos protocolos a aplicar nas escolas quando existem casos positivos nas turmas, Graça Freitas disse que a vacinação pode ter impacto, mas que a decisão de se isolarem crianças nessas situações depende também de outros fatores, pelo que não é possível dizer de imediato que efeito vai ter a vacinação das crianças. "Pode acontecer que com baixas incidências e situação estável uma criança vacinada não seja considerada de alto risco, mas temos de esperar para que iniciem e completem o esquema vacinal" ,disse.

Mais enfática foi a diretora-geral da Saúde quando questionada sobre se as crianças cujos pais optam por não administrar a vacina serão de alguma forma penalizadas. Graça Freitas recordou que mesmo para vacinas que fazem parte do plano nacional de vacinação atual, incluindo para doenças muito contagiosas como o sarampo, nunca foi necessário recorrer a esse tipo de medidas e que tal não irá acontecer agora. Rejeitou também a ideia de se passar a exigir teste negativo a menores de 12 anos para acederem a locais e serviços em que o mesmo é obrigatório para adultos.

E as crianças que já tiveram Covid-19?

O grupo etário dos 0 aos 9 anos é o mais afetado nos casos de infeção por Covid-19, salientou Lacerda Sales.

"O grupo dos 5 aos 11 representa 40% dos casos em idade pediátrica, por isso também a necessidade de protegermos esta faixa etária", frisou o secretário de Estado.

Na mesma conferência de imprensa, a diretor-geral da Saúde, Graça Freitas, garante que o Governo e a DGS estão abertos a fazer todas as alterações em função do estado vacinal das crianças, adolescentes e adultos, mas recordou que “neste momento estamos com uma atividade epidémica intensa e crescente”.

E reforçando a informação do secretário de Estado Lacerda Sales, a diretora-geral de Saúde revelou que adoeceram diariamente com Covid 451 crianças entre os 5 e os 9 anos, nos últimos 14 dias. "Um total de 6.320 casos. Se pensarmos que cada uma destas crianças que está numa escola originou isolamento de contactos, percebemos quanto é pesada a carga de doença neste grupo etário”.

Por isso defende que a vacinação pode modelar os períodos de isolamento, tornando-os mais curtos. “No entanto, temos que ter sempre em atenção o patamar epidemiológico em que nos encontramos em cada momento”.

Questionado pela Renascença sobre o caso das crianças que já tiveram Covid-19, Graça Freitas explica que poderão ser vacinadas três meses depois do diagnóstico da doença.

As autoridades de saúde revelaram em conferência de imprensa o plano de vacinação para as crianças entre os 5 e os 11 anos.

Estão presentes o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, e o coordenador do Núcleo de Coordenação do Plano de vacinação contra a Covid-19, Coronel Carlos Penha-Gonçalves.

A Direção-Geral da Saúde revelou na quinta-feira a posição técnica sobre vacinação contra a Covid-19 em crianças dos cinco aos 11 anos, referindo que "resulta de estudos internacionais" e da "avaliação de risco-benefício".

"Conclui-se que a avaliação de risco-benefício é favorável à vacinação universal de crianças nesta faixa etária, sendo prioritária nas crianças com comorbilidades consideradas de risco para a Covid-19 grave", lê-se em comunicado.

Parecer técnico divulgado

A vacinação de crianças tem sido marcada pela polémica em torno dos pareceres técnicos que os partidos de direita e a Ordem dos Médicos querem conhecer. Graça Freitas explicou aos jornalistas que foi tomada a decisão de divulgar publicamente o parecer, apesar de essa possibilidade não estar prevista no despacho que cria a comissão técnica da vacinação, uma vez que este não contém dados sigilosos e existia uma vontade social de ter acesso ao documento.

"O importante é concentrarmo-nos na vacinação das crianças", disse Graça Freitas, acrescentando a vontade de evitar "qualquer outro assunto que poderia desviar deste foco".

"Sendo um documento de trabalho sem informação sigilosa e secreta, está publicado tal e qual como recebi", concluiu.

Graça Freitas sublinhou ainda que a única prioridade que foi tida em conta durante o processo foi o bem-estar físico e social das crianças, e não os eventuais benefícios para o resto da sociedade. "Num estudo da Comissão Técnica de Vacinação estimou-se que em quatro meses, com uma taxa de vacinaçaõ de crianças de 85%, evitam-se 13 mil novas infeções, 51 internamentos e eventualmente cinco casos em unidades de cuidados intensivos."

"Só estamos a falar de benefícios diretos e benefícios físicos para as crianças. Ainda temos um benefício extra, que é o benefício para o resto da sociedade, isso é um ganho, mas o pensamento foi exclusivamente para as crianças", concluiu a diretora-geral da Saúde.

Reveja a conferência de imprensa da DGS

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