11 dez, 2021 - 08:35 • João Carlos Malta
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João Rendeiro foi detido esta manhã pela Polícia Judiciária, na África do Sul. O ex-presidente do Banco Privado Português (BPP) fugiu de Portugal em setembro para não cumprir as penas aplicadas pelos crimes de burla e falsificação.
A PJ confirma oficialmente a captura do fugitivo, "sobre quem pendia Mandado de Detenção Internacional". A mesma Polícia diz ainda que às 9h30, haverá uma conferência de imprensa, liderada pelo diretor nacional desta Polícia, Luís Neves.
Rendeiro foi condenado por três vezes: em 2018, a uma pena de cinco anos e oito meses de prisão efetiva, pelos crimes de falsidade informática e falsificação de documentos; em maio de 2021, a uma pena de dez anos de prisão efetiva, pelos crimes de fraude fiscal qualificada, de abuso de confiança qualificado e de branqueamento; em setembro de 2021, a uma pena de três anos e seis meses de prisão efetiva por crimes de burla.
O primeiro já transitou em julgado, depois de esgotados os recursos. As autoridades portuguesas já tinham emitido dois mandados de detenção, europeu e internacional, para o antigo presidente do BPP, para que o ex-banqueiro cumpra a medida de coação de prisão preventiva.
No inicio de novembro, a mulher de João Rendeiro revelou à justiça o paradeiro do marido. Havia dito que o antigo banqueiro estaria fugido na África do Sul, país onde agora foi detido.
A notícia foi avançada pela RTP. O programa "Sexta às 9" avançou que Maria de Jesus Rendeiro ponderou não falar no interrogatório judicial a que foi sujeita, mas acabou por colaborar, respondendo a todas as perguntas e terá sido essa colaboração que lhe permitiu escapar à prisão preventiva.
Caso BPP
Carlos do Paulo sublinha ainda que não sabe qual o(...)
No final de novembro, em entrevista à CNN Portugal, João Rendeiro afastou um eventual regresso a Portugal “pelos próprios pés”, a menos que fosse ilibado ou indultado pelo Presidente da República.
O ex-banqueiro comparou a sua situação com a de Ricardo Salgado que classifica como um “protegido pelo sistema”.
O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, ocorreu em 2010, já depois da queda do BPN. Depois disso a depuração da banca nacional continuou com outros escândalos na banca portuguesa.