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Mais de metade das pessoas ajudadas pela Cáritas na pandemia são novos pobres

16 dez, 2021 - 16:39 • Ana Catarina André

Esta é uma das conclusões do estudo “A Rede Cáritas em Portugal e a resposta à Covid-19”.

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Mais de metade das pessoas que recorreram à Cáritas Portuguesa durante a pandemia nunca antes tinham necessitado deste tipo de apoio social. Esta é uma das conclusões do estudo “A Rede Cáritas em Portugal e a resposta à Covid-19”, apresentado esta quinta-feira, em Lisboa.

Entre março de 2020 e fevereiro de 2021, 60% dos beneficiários do programa nacional de resposta à covid-19 da Cáritas solicitaram pela primeira vez este tipo de ajuda, de acordo com o relatório.

Os novos beneficiários do apoio são sobretudo trabalhadores de áreas como o turismo, a restauração, o comércio e os serviços de apoio. Profissionais de setores económicos com baixos salários e precariedade laboral.

O relatório, elaborado pela Cáritas em parceria com o ISEG, refere ainda que o programa da organização permitiu apoiar 10.444 pessoas e 3.205 famílias.

Ao longo de um ano, as diferentes Cáritas diocesanas distribuíram cerca de 167 mil euros em apoios e 82 mil euros em vales alimentares.

De acordo com o estudo, hoje divulgado, a maioria dos apoios pontuais destinou-se ao pagamento de rendas, o que segundo o relatório "evidencia a situação preocupante que se vive ao nível da habitação".

O pagamento de despesas de saúde representou 14% dos apoios e o de eletricidade 12%.

O relatório alerta ainda para a possibilidade de mais famílias precisarem de apoio nos próximos meses, com o final das moratórias a créditos bancários, se não houver melhorias no rendimento disponível, na proteção social e na habitação.

O Governo aprovou esta quinta-feira a Estratégia Nacional de Combate à Pobreza 2020-2030. O objetivo é retirar da pobreza 660 mil pessoas em Portugal nos próximos anos.

A Estratégia Nacional de Combate à Pobreza foi um dos diplomas hoje aprovados, tendo a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, anunciado que um dos objetivos é conseguir retirar 10% da população da condição de pobreza.

De acordo com a governante, isto significa retirar da pobreza 660 mil pessoas, um número mais ambicioso do que os 360 mil que estariam naturalmente assumidos na transição do plano europeu para o plano nacional.

A estratégia tem também como objetivo a erradicação da pobreza junto de 170 mil crianças.

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