18 dez, 2021 - 11:45 • Marta Grosso
A Sociedade Portuguesa de Pediatria emitiu um comunicado, no qual defende a vacinação das crianças entre os 5 e os 11 anos contra a Covid-19.
“Em Portugal, o risco médio de hospitalização em crianças com 5 a 11 anos de idade, durante o ano de 2021, foi de 0,2%. Foram admitidas em unidades de cuidados intensivos 30 crianças desta faixa etária, 4 por doença grave e 26 por Síndrome Inflamatório Multissistémico (PIMS-TS/MIS-C), uma síndrome rara associada a infeção recente por SARS-CoV-2 em crianças”, lê-se na nota.
A PIMS-TS “é uma situação clínica muito grave, com atingimento frequente de vários órgãos e a idade mediana para o seu aparecimento ronda os 8 anos”, indica ainda a SPP, acrescentando que a maioria dos casos tem “apresentado evolução favorável”, ainda que “não existam ainda dados que permitam avaliar o impacto a longo prazo desta síndrome”.
Covid-19
A síndrome inflamatória afeta sobretudo crianças e(...)
A Sociedade Portuguesa de Pediatria afirma depois que “as vacinas contra a Covid-19 são seguras e eficazes, protegem contra doença grave e reduzem a transmissão da infeção, embora não a impeçam por completo”.
No ensaio clínico, foi administrada a dose pediátrica da vacina Comirnaty (Pfizer-BioNTech) a 1.517 crianças, tendo os resultados mostrado que, tal como noutros grupos etários, “esta vacina é segura e eficaz contra a Covid-19, pelo que foi já aprovado o seu uso pela FDA e pela EMA, por considerarem que os benefícios superam largamente os riscos”.
Entrevista
Se o objetivo da vacina é proteger os mais velhos,(...)
A SPP sublinha, a propósito, que, à semelhança dos efeitos secundários causados pela vacina, “a Covid-19 também pode causar miocardite e pericardite”, mas “numa percentagem muito superior à da vacina”.
Apesar de ser, “habitualmente, uma doença assintomática ou ligeira” e serem “raros os casos graves por doença aguda que obrigam a internamento ou admissão em unidades de cuidados intensivos, as crianças têm sido fortemente prejudicadas devido aos confinamentos sucessivos, que afetam seriamente a sua aprendizagem e saúde mental e aumentam o risco de pobreza e de maus tratos”, defende ainda a Sociedade de Pediatria.
A SPP recorda que já foram vacinadas mais de cinco milhões de crianças em todo o mundo “e não foram reportados efeitos adversos graves”.
“As agências reguladoras nacionais e internacionais mantêm vigilância contínua sobre possíveis efeitos laterais muito raros que possam vir a surgir, bem como sobre a eficácia face ao aparecimento de novas variantes de preocupação, nomeadamente sobre a nova variante Ómicron”, acrescenta o comunicado.
Crianças com comorbilidades terão prioridade. Segu(...)
A Sociedade de Pediatria diz compreender as dúvidas de alguns pais sobre esta vacina, que é recente, e, “sobretudo, pelos comentários, maioritariamente desapropriados, que circulam nas redes sociais”. Sublinha, contudo, que “os profissionais que participaram na tomada de decisão são muito experientes na análise dos riscos e benefícios de vacinas e, por esse motivo, são fontes de informação muito mais fiáveis”.
“Os argumentos que pesaram na tomada de decisão podem ser consultados exaustivamente no portal da DGS (https://covid19.min-saude.pt/wp-content/uploads/2021/12/CTVC-PARECER_Criancas-5-11-anos.pdf)”, acrescenta.