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Raquel Duarte

Covid-19. Subida rápida do número de casos justifica "ação preventiva"

20 dez, 2021 - 11:00 • Anabela Góis , Olímpia Mairos

A pneumologista e conselheira do Governo sugere que Portugal atue já com medidas que evitem a concentração de pessoas e dá como exemplo restaurantes e ginásios.

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A pneumologista Raquel Duarte defende a adoção de medidas preventivas que evitem a concentração de pessoas em locais onde se pode estar sem máscaras, tendo em conta a rápida subida do número de casos de Covid-19.

“Perante este contexto de uma rápida subida de casos, com uma incerteza também ainda relativamente à dimensão que elas [novas infeções] vão ter no impacto hospitalar, justifica-se, cada vez mais, uma ação preventiva antecipada. É preciso garantir que não há concentração das pessoas, particularmente em ambientes onde as pessoas estão sem máscara”, diz Raquel Duarte à Renascença.

A pneumologista e conselheira do Governo não avança medidas concretas, mas dá o exemplo dos restaurantes e ginásios.

“Estamos a falar da restauração, dos bares e discotecas e até dos ginásios. São situações em que as pessoas podem estar concentradas e sem máscara”, exemplifica a especialista, considerando que “é preciso criar condições, nesses locais, de forma que as pessoas possam frequentá-los, mas em segurança, permitindo que esses locais estejam adequadamente ventilados, não havendo concentração das pessoas ou garantir que as pessoas se mantêm à distância adequada que permita uma redução do risco da transmissão”.

“Impacto grande no internamento hospitalar, nas formas graves e na mortalidade”

A antiga secretária de Estado a Saúde avisa ainda que, se nada for feito para travar o ritmo de contágios, dentro de semanas vamos ter um forte impacto nos hospitais.

“Perante este aumento tão grande do número de novos casos, sabendo nós que perante o grande número de casos, haverá sempre, mesmo com a proporção de formas graves, um impacto grande no internamento hospitalar e nas formas graves e na mortalidade, que não se vai começar a sentir já, mas só dentro de algumas semanas, a ocorrer será de uma forma muito rápida, quase avassaladora. É preciso começarmos a pensar de uma forma mais preventiva, para evitar que isso aconteça”, avisa.

A especialista insiste, por isso, que “é preciso que haja uma redução clara da concentração das pessoas; é preciso que não haja mesmo concentração de pessoas, particularmente em ambientes que propiciam a não utilização de máscara”.

Raquel Duarte mostra-se também preocupada com a forma como vai ser passada a semana de contenção de 2 a 9 de janeiro. Diz que é preciso evitar a todo o custo os ajuntamentos.

“Isso tem que ser acautelado, tem que ser pensado que oportunidades vão ser dadas de forma a garantir que as medidas de contenção e as medidas que evitam as tais aglomerações de pessoas e, sobretudo em ambientes que estão sem máscara, possam evitar esses ajuntamentos”, defende a especialista.

No fim de semana, também André Peralta Santos, antigo diretor de serviços de Informação e Análise da DGS, defendeu que Portugal está a cometer os mesmos erros do Natal passado, ao adiar uma decisão sobre o reforço das medidas de combate à Covid-19, no contexto da nova variante Ómicron.

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