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Inovação

Consórcio único junta três universidades na criação do Campus Sul

21 dez, 2021 - 15:56 • Rosário Silva

A parceria permite aos alunos circular entre universidades. As instituições vão também criar centros de investigação aplicada e inovação para a sustentabilidade.

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O projeto chama-se Campus Sul. A parceria junta três universidades públicas: Universidade do Algarve, Universidade de Évora e Universidade Nova de Lisboa.

O consórcio, “inédito”, que vai ser apresentado esta quarta-feira, na cidade de Évora, com a presença do primeiro-ministro, António Costa, resulta do compromisso comum “em contribuir para o reforço da coesão territorial, a resiliência e o desenvolvimento sustentável das regiões do sul de Portugal”.

Numa nota de imprensa enviada à Renascença, a Universidade de Évora (UÉ) explica que “através do melhor conhecimento produzido em cada uma das universidades”, vai ser possível criar “novas licenciaturas, mestrados e doutoramentos”, permitindo “aos estudantes passar períodos de tempo em cada uma das três instituições, com alojamento nas residências universitárias”.

De acordo com a academia alentejana, prevê-se igualmente “a criação de centros de investigação aplicada e inovação para a sustentabilidade, e de agendas colaborativas com os principais parceiros sociais e económicos da região”, nomeadamente em áreas deficitárias para o desenvolvimento do sul, como “o património cultural, sustentabilidade das cidades e comunidades, conservação da biodiversidade marinha e agricultura sustentável”.

Agendada para as 11:00 de quarta-feira, dia 22 de dezembro, no auditório do Colégio do Espírito Santo (Évora), a sessão de apresentação do Campus Sul, vai contar com as presenças, além do chede do Governo português, do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, da ministra para a Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e dos reitores da Universidade de Évora, Ana Costa Freitas, da Universidade do Algarve, Paulo Águas, e da Universidade Nova de Lisboa, João Sàágua.

Depois da cerimónia, já durante a tarde, decorre o “ScienceDay@South”, que se traduz numa “montra da melhor investigação realizada pelas três universidades, designadamente nas áreas do património, terra e mar”.

O evento, refere a UÉ, vai ser transmitido ‘online’, nos canais do Campus Sul e os interessados em saber mais sobre este consórcio podem aceder a www.campussul.pt.

Formação, investigação e inovação

O Campus Sul surge na sequencia de um trabalho que já é realizado entre as universidades do Algarve, Évora e Nova de Lisboa.

As três instituições já oferecem ciclos de estudo em conjunto em várias áreas do conhecimento, ao nível dos mestrados e doutoramentos, “proporcionando uma experiência de aprendizagem única, e mobilizando um vasto corpo académico”, lê-se na informação consultada pela Renascença.

As academias são parceiras em vários projetos de investigação nacionais e europeus em diferentes domínios científicos, como as áreas das Ciências Agrárias, Ciências Sociais, Ambiente e Património, o que permite “conciliar os recursos e competências residentes em cada uma das universidades para criar novo conhecimento que apoiará a valorização da região sul de Portugal”.

Com mais de 300 artigos publicados em coautoria entre as 3 instituições entre 2015 e 2020, as universidades do sul de Portugal “estão empenhadas em contribuir conjuntamente para o aumento da coesão territorial e para o desenvolvimento de soluções que respondam aos grandes desafios da atualidade, em particular, aqueles específicos da região do sul”.

Apoiar o desenvolvimento inter-regional através de programas de intervenção no território e de iniciativas inovadoras junto das comunidades, é uma das prioridades do Campus Sul.

Para o efeito, já foram criados os Centros de Conhecimento Aplicado e Inovação para a Sustentabilidade (CAIS) orientados para “o desenho de soluções inovadoras em áreas específicas do desenvolvimento sustentável do sul, a partir de infraestruturas já existentes”, é ainda destacado.

Universidades. Da Nova de Lisboa para Évora até ao Algarve

Criada em 1973, a Universidade Nova de Lisboa assume como missão “servir a sociedade através do conhecimento e da inovação” e pretende “afirmar-se cada vez mais como uma verdadeira universidade do século XXI: global e cívica”.

Segundo a informação disponibilizada, esta instituição de ensino superior de Lisboa é a 8.ª melhor da Europa e está entre as 50 melhores do mundo com menos de 50 anos, “de acordo com o ranking QS Top 50 under 50, que avalia critérios como a reputação e a internacionalização”.

Já a Universidade de Évora foi a segunda universidade a ser fundada em Portugal. Após a fundação da Universidade de Coimbra, em 1537, fez-se sentir a necessidade de uma outra universidade que servisse o sul do país. Évora, metrópole eclesiástica e residência temporária da Corte, surgiu desde logo como a cidade mais indicada.

Hoje em dia é “um centro de criação, transmissão e difusão da cultura, da ciência e da tecnologia, que, através da articulação do estudo, da docência e da investigação, se integra na vida da sociedade”.

Tendo como missão “a transmissão e produção de conhecimento”, e baseando as suas estratégias no contexto regional em que se insere, esta instituição baseia a sua atuação em quatro áreas âncora: Mediterrâneo e Ambiente; Património Material, Imaterial e Humano; Percursos de Vida e Bem-Estar; Aeroespacial e Transformação Digital.

Situada no Sul de Portugal, a Universidade do Algarve (UAlg) encontra-se sediada em Faro, capital do Algarve.

Com 42 anos de existência, a Universidade do Algarve que está sediada em Faro, já adquiriu “um estatuto central e internacional”, recebendo anualmente cerca de 1700 alunos internacionais provenientes de mais de 84 nacionalidades.

Ao longo dos anos a instituição tem vindo a consolidar a sua oferta formativa nos seus três campi; dois na cidade de Faro e um em Portimão.

Aparece pela quarta vez no ranking do Times Higher Education (THE) Young University Rankings 2021, que “analisa o desempenho de instituições de ensino superior criadas há 50 anos ou menos, destacando-se no indicador que avalia a projeção internacional”.

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