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Covid-19. Janeiro poderá ter mais casos que pico de 2020, mas com menor gravidade

22 dez, 2021 - 17:07 • Hugo Monteiro , Marta Grosso

Hospitalizações podem cair 80% com variante Ómicron face à Delta, diz um estudo recente. Matemático Óscar Felgueiras diz que, “a partir de agora, vamos começar a perceber a dimensão do aparecimento da nova variante”.

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Em janeiro de 2022, Portugal deverá registar mais casos de Covid-19 do que em janeiro deste ano, altura em que a pandemia atingiu o seu pico. Tudo por causa da variante Ómicron. A previsão é do matemático Óscar Felgueiras, que tem ajudado as autoridades de saúde a prever cenários durante a pandemia.

“Certamente que, até ao início do ano, vamos ter aqui um aumento muito expressivo. Será perfeitamente expectável que tenhamos mais casos do que no pico de janeiro do ano passado”, afirma à Renascença, nesta quarta-feira.

Mas logo acrescenta que está por conhecer o impacto do aumento do número de casos nos internamentos e número de óbitos.

“Ainda ontem foi publicado um estudo preliminar com dados sul-africanos, que apontam para uma redução significativa da severidade. Em particular, há uma estimativa de redução de hospitalizações na ordem dos 80% com esta variante Ómicron face à variante Delta”, avança.

Resta saber se a realidade portuguesa confirmará o que se passa na África do Sul. “É um estudo feito num contexto diferente do nacional e temos de aguardar mais algum tempo para perceber se esse será também o caso cá”, ressalva.

Além disso, “temos de estar preparados para um aumento de hospitalizações, que vai acompanhar este aumento de casos”, diz ainda o professor na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, à semelhança do que têm afirmado outros especialistas na área da saúde. Ou seja, com o aumento do número de infeções, é expectável uma subida nos internamentos.

Óscar Felgueiras explica que o que vivemos hoje é “o consumar daquilo que tem vindo a ser anunciado: sabíamos que a nova variante já estava cá, sabíamos que estava a tornar-se dominante, os casos que surgiam estavam de algum modo mascarados pelos casos da variante Delta. A partir do momento em que ela se torna dominante, a maior parte dos casos serão desta nova variante e tornam-se visíveis e notórios nos novos casos diários”.

“Portanto, este número elevado que temos hoje é um reflexo disso mesmo” e, “a partir de agora, vamos começar a perceber de facto a dimensão, em termos de casos diários, do aparecimento desta nova variante”, afirma.

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Há uma estimativa de redução de hospitalizações na ordem dos 80% com esta variante Ómicron face à variante Delta.


Nestas declarações à Renascença, o matemático conclui que a positividade vai certamente aumentar “nos próximos dias”.

“Até agora, temos mantido uma positividade abaixo dos 4%, é natural que a positividade a partir de agora suba e se encontrem cada vez mais casos”, avisa.

Nesta quarta-feira, Portugal registou 8.937 novos casos de Covid-19, um número só aproximado ao registado em 3 de fevereiro, altura em que o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde referia 9.083 novas infeções e 240 mortes. Havia ainda quase 6.700 internados.

Os números desta quarta-feira, contudo, indicam 11 óbitos e um total de 909 internamentos.

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