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Ómicron chegou há um mês. O que sabemos sobre esta variante?

23 dez, 2021 - 12:44 • Miguel Coelho

A nova variante está a fazer aumentar o número de casos e obrigar ao regresso de restrições em muitos países. Portugal entra em período de contenção no Natal.

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Faz esta quinta-feira um mês que foi identificada, na África do Sul, a variante Ómicron, que acabou por se sobrepor à Delta e está a causar uma nova vaga de infeções por Covid-19 um pouco por todo o mundo.

Afinal, o que já se sabe sobre esta nova variante?

A certeza que parece haver é que é mais transmissível. Há estudos que indicam que será quatro a cinco vezes mais transmissível do que a variante Delta, o que explica a rápida multiplicação de casos a que estamos a assistir, também em Portugal.

A ministra da Saúde já admitiu que, nos próximos dias, podemos ultrapassar o recorde de casos diários desde o início da pandemia, que foi de 16 mil em finais de janeiro desde ano. Portanto, devemos preparar-nos para esse cenário.

Mas o que torna a Ómicron tão transmissível?

Há vários fatores, um dos quais o facto de ser uma variante com muitas mutações e que, por isso, consegue infetar mesmo pessoas que já tiveram Covid-19 ou que foram vacinadas.

Depois, esta estirpe do vírus tem a capacidade de se multiplicar mais rapidamente – um estudo divulgado há dias concluiu que a Ómicron se multiplica cerca de 70 vezes mais depressa nos brônquios. Isto faz como uma pessoa infetada, no espaço de poucas horas, possa começar a transmitir a doença a outras pessoas.

Isto é uma mudança significativa em relação às variantes iniciais, que tinham um período de incubação que podia levar muitos dias.

Temos ouvido dizer que a Ómicron pode causar sintomas menos graves e ser uma espécie de versão mais suave da Covid. É verdade?

Ainda não há conclusões definitivas. Há estudos que apontam nesse sentido. Ainda nas últimas horas, foram conhecidos dois: um feito no Reino Unido e outro na África do Sul. Ambos revelam que nos doentes com Ómicron há uma percentagem menor de hospitalizações em comparação com outras variantes. Uma redução entre 30% e 70%.

Mas, por outro lado, como o número de infetados é muito maior, mantém-se o risco de os hospitais ficaram lotados e de haver um grande aumento de casos graves e também de óbitos.

Portanto, não sendo totalmente garantido que a Ómicron seja mais leve, uma vez que provoca um número maior de contágios, mantêm-se os pedidos para todas as cautelas e precauções.

E as vacinas?

Se for a vacinação já com dose de reforço, protege muito e evita sobretudo casos graves. Mesmo que se contraia a doença, há uma proteção muito elevada contra o agravamento dos sintomas.

Se for apenas a vacinação inicial, as vacinas da Pfizer e da Moderna parecem ser ainda bastante eficazes contra doença grave. Não tanto no caso das vacinas da Astrazeneca e, sobretudo, da vacina unidose da Janssen, que tem menos eficácia e por isso, a importância do reforço.

É bem visível que as vacinas funcionam, porque as faixas etárias mais velhas – que já receberam a terceira dose – são as que estão a registar menos casos.

Mas o reforço da vacina ainda não é para todos…

Não é, mas vai ser progressivamente alargado. Nesta quinta-feira, abriu o agendamento para os maiores de 55 anos e, no início do ano, serão os maiores de 50.

Para quem tem mais de 40 anos e tomou a vacina da Janssen, pode já receber a vacina em sistema Casa Aberta.

Nesta quinta-feira, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Santos, anunciou na Renascença que a dose de reforço será dada aos maiores de 18 anos.

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