29 dez, 2021 - 15:09 • Ricardo Vieira e Marta Grosso
Veja também:
Portugal regista esta quarta-feira 26.867 novos casos de Covid-19 e atinge um novo máximo desde o início da pandemia, indica o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). Nas últimas 24 horas morreram 12 pessoas com o novo coronavírus.
O maior aumento diário de casos acontece, novamente, entre os 20 e 29 anos de idade, com mais 5.383 infeções, o equivalente a 20% do total. Seguem as faixas etárias 40-49 (+ 5.065 casos) e 30-39 (+4.575).
No último dia a covid matou seis pessoas com mais de 80 anos, quatro entre os 70 e 79 e duas na faixa 60-69.
O anterior "recorde" diário de casos de Covid-19 era de ontem, com mais de 17 mil infeções. A ministra da Saúde admite que podem ser atingidos os 37 mil casos a 7 de janeiro.
Nos hospitais portugueses há agora 971 pessoas internadas com Covid-19, no conjunto das enfermarias e unidades de cuidados intensivos. São mais 35 doentes em comparação com o dia anterior.
Analisando apenas a situação nos cuidados intensivos, há menos uma pessoa internada, num total de 151 pacientes mais graves.
Portugal está cada vez mais no lado vermelho da matriz de risco, que combina os indicadores taxa de incidência e o índice de transmissibilidade (Rt).
A taxa de incidência nacional disparou de 804,3 para 923,4 casos por 100 mil habitantes e no continente de 807,4 para 927,6 casos.
O índice de transmissibilidade (Rt) também aumentou de 1,23 para 1,29 no total nacional e de 1,23 para 1,30 no continente.
O país tem agora 136 mil casos ativos de Covid-19, são mais 21.479 no espaço de um dia.
Em contactos de vigilância estão 143 mil pessoas, uma subida de oito mil em comparação com o boletim anterior da Direção-Geral da Saúde.
Nas últimas 24 horas, recuperam da doença 5.376 pessoas.
Desde a chegada da pandemia a Portugal, em março do ano passado, estão confirmadas 18.921 mortes, um milhão e 330 mil casos e um milhão e 175 mil recuperados.
Lisboa e Vale do Tejo (LVT) volta a ser a região do país mais afetada, com quase 12 mil infeções no espaço de um dia e cinco mortes por Covid-19.
O Norte tem mais uma morte e 9.069 novas infeções, o Centro três óbitos e 3.384 casos, o Alentejo 700 infeções e o Algarve duas mortes e 709 casos.
Nas regiões autónomas, a Madeira soma uma morte e mais 771 casos e os Açores 276 infeções e nenhum óbito nas últimas 24 horas.
O Governo não vai anunciar novas medidas de contenção ou restrições por causa da pandemia antes da avaliação dos especialistas, que terá lugar no dia 5 de janeiro.
Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, esteve esta quarta-feira na conferência de imprensa do Conselho de Ministros e explicou que apesar dos números altos de novos casos, é preciso tempo para avaliar o que já foi aprovado no passado dia 23 de dezembro.
A ministra da Saúde admitiu que na primeira semana de janeiro o país possa atingir os 37 mil novos casos diários de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2.
Covid-19
Augusto Santos Silva garante que as preocupações r(...)
Os serviços de urgência dos hospitais têm registado “procuras recorde” nos últimos dias, em grande parte casos não urgentes, devido à “falência” das outras respostas do sistema de saúde, disse esta quarta-feira à agência Lusa um responsável da associação de administradores hospitalares.
Na terça-feira, o Hospital Amadora-Sintra acusava a pressão da pandemia, mas não por causa do número de internados: as urgências estão cheias com pessoas que querem apenas fazer teste Covid.
“Neste momento, temos, por exemplo, um elevado número de utentes que recorrem aos serviços de urgência apenas com o intuito de fazer testes Covid, o que, obviamente, é um contrassenso, porque um hospital não é um laboratório, não é um posto de colheitas”, diz à Renascença Cláudio Alves, da direção clínica do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca.
A ministra da Saúde, Marta Temido, confirmou que já foi necessário suspender “em alguns casos” a atividade assistencial não Covid-19, admitindo que tal possa voltar a ser necessário.
“Em alguns casos foi necessário suspender a atividade assistencial, não está fora de hipótese a necessidade de suspensão de outras linhas, mas neste momento estamos a tentar equilibrar o melhor possível todas as áreas”, disse Marta Temido, em declarações à agência Lusa no Ministério da Saúde, em Lisboa.
A procura das Áreas Dedicadas a Doentes Respiratórios (ADR) aumenta quase ao ritmo dos casos de Covid-19, uma situação que preocupa a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, que alerta para o "caos absoluto" nos centros de saúde.