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Diretora-geral da Saúde apela ao uso criterioso do SNS

30 dez, 2021 - 21:14 • Lusa

A Direção-Geral da Saúde (DGS) decidiu hoje encurtar de dez para sete dias o período de isolamento das pessoas infetadas com Covid-19 assintomáticas e dos contactos de risco.

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A diretora-geral da Saúde apelou, esta quinta-feira, à população para “utilizar criteriosamente” os serviços de saúde e aos contactos de baixo risco para terem calma, reforçarem os cuidados e só telefonarem para a Linha SNS24 se tiverem sintomas.

Dirigindo-se às pessoas que tiverem um contacto de baixo risco com uma pessoa infetada com o coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a Covid-19, a diretora-geral da Saúde aconselhou que “limitem ainda mais o número de contactos”, usem máscara e mantenham a distância física.

“Já aprendemos muito com esta pandemia, com este vírus e as suas diferentes variantes e também vamos aprender com este. E uma das coisas que eu acho que devemos todos aprender e que eu faço aqui um apelo é que as pessoas que são contactos de baixo risco, que não vivem com a pessoa infetada, que tenham só cuidados mais nada”, disse Graça Freitas, comentando à agência Lusa o aumento exponencial da procura da Linha SNS24 e dos serviços de saúde.

Portanto, apelou, “reforcem os seus cuidados e verifiquem se vão evoluir para sintomas ou não, mas façam a sua vida normal, não precisam de telefonar para a Linha, não precisam de ficar muito ansiosas”.

Por outro lado, adiantou, os sintomas são um “bom sinal” de alerta quando se está infetado, e se a pessoa não está sintomática é um sinal de evolução positiva da doença.

No caso dos contactos de alto risco, que implica isolamento profilático, a diretora-geral da Saúde aconselhou as pessoas a se automonitorizarem, e alimentarem-se convenientemente e hidratarem-se.

“São os cuidados habituais que temos como uma gripe de forma a que não sobrecarreguemos os serviços de saúde que no Inverno, não só por este vírus, mas por todas as outras circunstâncias do inverno, estão sobrecarregados”, salientou.

Nesse sentido, reforçou o apelo para que se utilize “criteriosamente os serviços de saúde, seja a Linha SNS24, sejam as urgências, seja o que for”.

“As próprias pessoas deverão fazer uma autoavaliação da sua condição e ingerir essa condição se ela não for grave, se não apresentar sintomas, é um bom sinal”, disse, pedindo para gerirem esta situação como gerem outras doenças da sua vida.

Relativamente aos sintomas a que as pessoas devem estar alerta, referiu que “são mais parecidos com os de uma constipação vulgar”, como dores de garganta, espirros, pingo no nariz, o que se deverá provavelmente à conjugação de uma variante, que é diferente, com o sistema imunitário populacional que está já muito reforçado com o esquema primário e de reforço da vacinação.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) decidiu hoje encurtar de dez para sete dias o período de isolamento das pessoas infetadas com Covid-19 assintomáticas e dos contactos de risco.

A decisão da DGS surge numa altura em que os casos da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 estão a aumentar exponencialmente em Portugal e no mundo, tendo as infeções com SARS-CoV-2 atingido hoje, pelo terceiro dia consecutivo, um novo máximo de 28.659 novos casos em 24 horas.

Estratégia de imunidade natural comporta riscos para o SNS

Perante o aumento exponencial de casos, e a confirmar-se a menor gravidade da infeção causada pela variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, especialistas apontam como nova estratégia de combate à pandemia a imunidade natural.

Questionada pela agência Lusa se este é o caminho a seguir, a diretora-geral da Saúde afirmou que, neste momento, as autoridades mantêm a estratégia de “reforçar as medidas todas que impeçam a transmissão do vírus”, nomeadamente o distanciamento físico, o uso da máscara, a higienização das mãos, bem como a vacinação, a testagem e o arejamento dos espaços.

Para Graça Freitas, a estratégia de imunização natural tem “dois riscos”, sendo o primeiro o número de pessoas doentes ao mesmo tempo.

“Apesar da doença ser pouco grave, se tivermos muitas pessoas ao mesmo tempo infetadas isso vai impactar nos serviços de saúde, quer a gente queira, quer não”, alertou.

Por outro lado, observou, o risco de a pessoa ter “um internamento ou um desfecho grave não é zero”.

“Obviamente, há grupos mais vulneráveis que outros, mas há pessoas aparentemente saudáveis que podem também ter uma evolução negativa e infeção natural comporta esse risco”, sustentou.

Graça Freitas explicou que, enquanto a vacinação é um processo de imunização controlado, “com pouquíssimas reações adversas” e que não leva ao internamento, nem à morte, a doença natural comporta esse risco.

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