05 jan, 2022 - 12:58 • Inês Braga Sampaio
Portugal terá um máximo de casos de Covid-19 entre as primeira e segunda semanas de janeiro, com 42 mil a 130 mil novas infeções.
É esta a previsão feita, esta terça-feira, por Baltazar Nunes, investigador do Instituto de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), no encontro do Infarmed para avaliação evolução epidémica em Portugal. No entanto, "se as medidas que estão a ser agora implementadas se traduzirem numa eficácia de redução de contactos de cerca de 30%", a incidência da Covid-19 começará a descer após esse pico.
"Veremos uma inversão da tendência e começaremos a ver a incidência a decrescer. Ao levantarmos estas medidas vai haver um 'plateau' de casos e que mais tarde vai traduzir-se num decrescimento da incidência, aqui já pela própria evolução da epidemia. Ou seja, assumimos que o máximo de casos seja esperado para a primeira e segunda semana ou segunda semana de janeiro", referiu.
"O número de novas infeções pode ser de 42 mil a 130 mil novos casos em janeiro", acrescentou, salientando que se trata de uma previsão.
Reunião no Infarmed
Estamos numa fase diferente da pandemia com "valor(...)
Numa análise às últimas semanas de epidemia, Baltazar Nunes salientou que, embora as infeções tenham disparado, com crescimento da incidência de 12% por dia, os internamentos em enfermaria e cuidados intensivos (UCI) mantêm-se estáveis.
"No caso das hospitalizações o crescimento é de 2% ao dia. Estamos com ocupação de 100 camas por milhão. Tínhamos 670 camas na onda de janeiro de 2021. Verifica-se uma tendência ainda não crescente em UCI. Mas estamos numa fase precoce, é preciso monitorizar a evolução", assinalou.
O investigador projetou, ainda, que o total de pessoas isoladas, em quarentena ou em absentismo, na primeira ou segunda semanas de janeiro, em que é esperado o pico de casos, pode variar entre quatro e 12%.
As hospitalizações podem ir de um total de 1.300 a 3.700 camas em enfermaria na última semana de janeiro ou primeira de fevereiro, e em UCI o total esperado são 180 a 453 camas ocupadas para as primeira ou segunda semanas de fevereiro.
"Ficarão muito aquém do máximo observado no mesmo período em 2021", notou.