10 jan, 2022 - 19:25 • Henrique Cunha , com Redação
O vice presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP) considera que possibilidade dos cidadãos em isolamento poderem votar no dia 30, numa hora própria, seria "uma falta de respeito pelos médicos de saúde pública".
O Governo estará a equacionar a medida, segundo revelou André Ventura, após o encontro com a ministra da Administração Interna, Francisca Van Dunem.
“Em princípio será uma recomendação, a recomendação funcionará a uma hora ou duas, ou de manhã ou à tarde, vai depender da decisão do Governo”, explicou o deputado do Chega.
À Renascença, Gustavo Tato Borges questiona "quando é que é legítimo que uma pessoa fure o isolamento e quando não é".
"De que forma podemos balizar isso em termos constitucionais e legais, para trabalhar de forma concreta e prática? Se eu posso sair, porque tenho o direito a votar, também tenho direito à manifestação, por isso também devia poder participar numa manifestação de um sindicato ou de um partido político", exemplifica.
O vice presidente da ANMSP acredita que esta possibilidade, que está a ser equacionada pelo Governo, "vai depender de outras medidas".
"Terão de usar máscara FFP2, terem uma caneta própria e uma data de medidas extra", aponta.
Gustato Tato Borges refere que "é preciso perceber se estas pessoas vão ter oportunidade para furar o isolamento para mais do que ir votar".
"Será que vamos ter cafés abertos? Supermercados? Ou estará tudo encerrado para que as pessoas isoladas não tenham mais sítio para onde ir?", realça.
"Há muita gente que não é responsável e o que vai fazer é passear, depois de exercer o seu direito de voto", acrescenta.
Na perspetiva do vice presidente da ANMSP, se se mantiver a atual tendência de aumento do número de casos é provável que no dia das eleições possam estar cerca de um milhão de pessoas em isolamento no dia das eleições.
"Estas próximas duas semanas vão ser de aumento do número de casos", explica.
E mesmo num cenário de redução dos números por força da eficácia das semanas de contenção, Gustavo Tato Borges afirma que o número de 200 mil isolados no dia de eleições apontado pelo Governo é pouco provável.
"Parece-me um número relativamente baixo", considera.