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Covid-19

"Temos de ser pragmáticos". Virologista concorda com testes de antigénio para despistar contactos de risco

13 jan, 2022 - 18:37 • Henrique Cunha

Alteração da norma da DGS para confirmar possíveis infeções após contactos de risco abre a possibilidade dessa confirmação ser feita através de testes de antigénio. A versão anterior obrigava à realização de um teste PCR. Paulo Paixão concorda: "aceito perfeitamente essa alteração".

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O presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia concorda com a alteração da norma da DGS sobre testes de confirmação.

Independentemente do resultado do autoteste, a Direção-Geral da Saúde indica que deve ser feito outro teste rápido de antigénio ou um teste PCR para confirmação.

Ou seja, a norma atualizada esta quinta-feira passa a permitir que os contactos de alto e baixo risco de casos confirmados de Covid-19 que tenham feito autoteste possam confirmar o resultado com teste rápido de antigénio. Anteriormente, era exigido um teste PCR.

Paulo Paixão, presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia diz à Renascença que “nós temos que ser pragmáticos”, porque, “neste momento, com o volume de testes que temos, a capacidade para fazer PCR, ainda por cima francamente mais caros, começa a não ser necessária para todos os casos”.

O virologista lembra que, de acordo com a nova norma, “vão-se fazer dois testes, ou seja, vai ser feito o autoteste e depois o antigénio”.

Portanto, “a probabilidade de uma pessoa que teve um contacto estar negativa com o autoteste e depois estar negativa com o outro teste antigénio, é grande”. Paulo Paixão afirma que a probabilidade de falhas que “também pode acontecer com o PCR é uma probabilidade baixa”, e, por isso, “eu acho que é perfeitamente aceitável essa abordagem”.

Aliás, o virologista entende que “nós estamos aos poucos numa fase de transição, ainda não estamos na minha opinião no tal período de endemia, mas estamos numa fase de transição e como digo temos de ser pragmáticos”. “Portanto, eu aceito perfeitamente essa alteração, acho que vai facilitar”, sublinha.

O presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia admite que “pontualmente pode existir alguma falha, mas não será por aí que nós vamos ter um maior número de casos”, pelo que se “aceita perfeitamente essa alteração".

Também o médico de Saúde Publica, Bernardo Gomes concorda com a nova abordagem. “Julgo que é uma abordagem correta do ponto de vista probabilístico e até do ponto de vista logístico. Ou seja, para ter respostas imediatas, mais rápidas, julgo que é a melhor abordagem possível nesta situação", refere o especialista.

O especialista, que também é membro do Grupo das Linhas Vermelhas da Covid-19, insiste na necessidade de precaução. Bernardo Gomes entende que “depois da realização do autoteste em casa, sendo negativo isso não desobriga a pessoa de ter algumas precauções”.

“Em casa, e perante a questão dos sintomas e mesmo na altura que estamos a viver é sempre bom ter precaução no que toca ao uso de máscara e à ventilação também em espaços fechados”, conclui.

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