18 jan, 2022 - 21:19 • Redação com Lusa
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) confirma que há uma nova linhagem da variante Ómicron em Portugal, que foi identificada no Algarve. Os primeiros dados indicam que será mais transmissível, mas não representa uma maior gravidade.
Segundo o documento, aquando da identificação da Ómicron (BA.1) em meados de novembro de 2021, foi detetada uma outra linhagem (BA.2) com várias características genéticas semelhantes entre si e que apresentam um “excesso” de mutações na proteína `spike´, muitas delas partilhadas.
De acordo com o INSA, a linhagem BA.2 já foi detetada em vários países, destacando-se a sua crescente proporção entre as sequências genómicas reportadas recentemente pelo Reino Unido e Dinamarca.
Tem características genéticas semelhantes à primeira, mas tendo em conta o que se passa noutros países, poderá ser responsável por uma maior transmissibilidade, como indica à Renascença o imunologista Miguel Prudêncio. “Na Dinamarca, há, aparentemente, um aumento de casos da BA.2, que sugere uma eventual transmissibilidade superior à linhagem original, a BA.1. Em termos de gravidade de doença não parece haver diferença entre ambas. Ainda não há dados suficientes para perceber qual o impacto das vacinas nesta nova linhagem", explica.
A linhagem BA.2 foi já detetada em amostragens aleatórias por sequenciação de 27 de dezembro a 2 de janeiro, representando pelo menos uma introdução no Algarve.
“Os próximos dias permitirão aferir a evolução da frequência relativa da linhagem BA.2 em Portugal, bem como a sua dispersão por região”, refere ainda o INSA.
A variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 é responsável por 93% das infeções. “Desde 6 de dezembro, tem-se verificado um elevado crescimento na proporção de casos prováveis da variante Ómicron, tendo atingido uma proporção estimada máxima (93%) entre os dias 7-9 de janeiro”, refere o relatório sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2, que provoca a Covid-19.
No âmbito da monitorização contínua da diversidade genética do SARS-CoV-2 que o INSA realiza, têm sido analisadas uma média de 519 sequências por semana desde o início de junho de 2021, provenientes de amostras colhidas aleatoriamente em laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 132 concelhos por semana.
A Covid-19 provocou 5.543.637 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.380 pessoas e foram contabilizados 1.950.620 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países, incluindo em Portugal.
[notícia atualizada às 7h00 de dia 19]